Produção de energia de fontes renováveis fora do pico exige investimentos em oferta, beneficiando a Eneva, segundo relatório da HIX Capital, na matriz energética do sistema elétrico, com demanda de carga e capacidade de geração.
A expansão das fontes de energia renováveis no Brasil tem sido um fator crucial para o aumento da oferta de energia no sistema e para o avanço da agenda de descarbonização. No entanto, essa expansão também trouxe um desafio estrutural para o sistema elétrico, que começa a mostrar sinais de incapacidade de atender à demanda do mercado nos momentos de pico de consumo.
Essa situação pode levar a uma redução na potência disponível para atender às necessidades dos consumidores, especialmente em períodos de alta demanda. Além disso, a falta de força no sistema elétrico pode resultar em interrupções no fornecimento de eletricidade, afetando a economia e a vida cotidiana das pessoas. É fundamental que sejam tomadas medidas para resolver esse problema e garantir a estabilidade do sistema elétrico, garantindo a segurança energética e promovendo o desenvolvimento sustentável do País.
Avaliação da HIX Capital: Desafios e Oportunidades na Matriz Energética Brasileira
A HIX Capital destaca que a intermitência da produção de energia eólica e solar, aliada à saturação da matriz hídrica, representa um desafio significativo para o sistema energético brasileiro nos próximos anos. No entanto, essa situação também oferece oportunidades para investimentos em novas matrizes, especialmente as termelétricas, com a Eneva sendo uma das principais vencedoras desse movimento.
A transformação da matriz energética brasileira nas últimas décadas, com a adição de fontes renováveis, como eólica, solar e hidrelétricas à fio d’água, aumentou a complexidade e diminuiu a confiabilidade do sistema energético. Esse sistema parece estar em um limite de estresse, onde os modelos matemáticos utilizados pelo regulador para prever a demanda de carga deixam de ser aderentes. A HIX Capital, que conta com R$ 1,7 bilhão em ativos sob gestão, afirma que o aumento da representatividade de matrizes renováveis torna necessário voltar a atenção para a disponibilidade de potência.
Desafios da Matriz Energética Brasileira
A HIX Capital destaca que o aumento da capacidade de geração de energia pelas fontes eólica e solar concentrada no meio do dia cresceu em uma velocidade superior à demanda nesse mesmo horário. No entanto, o sistema conta com poucas fontes com capacidade de compensar a diminuição de geração dessas matrizes no horário de pico de demanda, entre 18h e 21h. Essas fontes não conseguem armazenar energia em reservatório, como as usinas hidrelétricas, e precisam ser utilizadas no momento de sua produção ou serão desperdiçadas.
A HIX também destaca que a demanda de energia no País cresceu acima do desempenho da economia. Entre 2014 e 2022, a carga energética cresceu 15,7%, ou 2,5% ao ano. Com a aceleração do PIB desde 2019, a carga cresceu 3,5% ao ano, ou 18,6% no total. Esse cenário coloca muita pressão sobre a matriz hídrica, espinha dorsal do sistema elétrico brasileiro.
O Papel das Hidrelétricas e a Necessidade de Investimentos
As usinas hidrelétricas apresentam uma série de limitações, desde a imprevisibilidade do regime de chuva, passando por temas que limitam a produção, como navegação e preservação da vida marinha, e questões técnicas relacionadas à vazão mínima das turbinas. A HIX aponta ainda que entre as 16h e 21h, as hidrelétricas não têm mais a potência necessária para estabilizar o Sistema Interligado Nacional de Energia (SIN).
Para lidar com essa situação, a HIX diz que é preciso investir não apenas em capacidade, mas também em construir ‘uma infraestrutura cada vez mais robusta no entorno da matriz atual’. Isso inclui investimentos em novas matrizes, como as termelétricas, e em tecnologias que permitam a armazenamento de energia e a melhoria da eficiência do sistema elétrico.
Fonte: @ NEO FEED
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