PGR acusa irmãos Brazão por fraude em cartório, controle de bairros, faturamento no 2º semestre e práticas criminosas.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O ex-policial militar Ronnie Lessa indicou em sua delação premiada com a Polícia Federal que a grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro ocorre por meio de fraudes dentro do cartório mais rentável do país. A prática é um dos motivos alegados para a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL).
A grilagem de terras é uma prática criminosa que envolve a falsificação de documentos e a invasão de terras públicas. Essa ação ilegal tem impactos devastadores no meio ambiente e na sociedade, causando prejuízos incalculáveis. É fundamental que as autoridades ajam com rigor para combater essa forma de crime organizado.
Investigação de práticas criminosas envolvendo grilagem de terras
Um delator revelou detalhes sobre a atuação de indivíduos no 9º RGI, responsável pelo controle de propriedade de diversos bairros no Rio de Janeiro, em práticas de grilagem de terras. Segundo ele, três pessoas estariam envolvidas em falsificação de documentos para regularização de terrenos invadidos por milicianos. Essas ações fraudulentas resultaram em um faturamento de R$ 75,9 milhões no segundo semestre do ano passado, conforme dados do CNJ.
A Associação de Registradores de Imóveis do Rio de Janeiro (Airj) e o 9º RGI emitiram uma nota conjunta negando qualquer relação do cartório e de seus funcionários com as atividades ilícitas mencionadas. No entanto, se colocaram à disposição das autoridades para investigação de possíveis práticas criminosas.
Em paralelo, a PGR acusou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão de estarem envolvidos em grilagem de terras e de serem os mandantes do assassinato de Marielle Franco, do PSOL. A investigação da Polícia Federal apontou que o crime visava proteger os interesses da família Brazão nas atividades ilegais de invasão de terras.
Segundo relatos, os suspeitos utilizavam um despachante chamado Geleia, além de Jorge Panaro e seu filho, para obter documentos falsificados e registrar terrenos de forma irregular. O ex-PM que colaborou com as autoridades descreveu o ‘modus operandi’ dessas práticas, destacando a rapidez e eficiência com que eram realizadas.
Além disso, o ex-PM mencionou planos de invadir uma área próxima à favela Gardênia Azul, evidenciando a extensão das atividades ilegais na região. A investigação apontou que a morte de Marielle seria uma forma de garantir a autorização dos irmãos Brazão para gerir um loteamento irregular na zona oeste da cidade.
Essas revelações lançam luz sobre a complexa rede de fraudes e falsificações de documentos que permeiam a grilagem de terras no Rio de Janeiro, evidenciando a necessidade de uma investigação aprofundada para combater essas práticas criminosas e garantir a segurança jurídica e a propriedade legítima de terras na região.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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