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O filósofo René Descartes nos lembra que não existem respostas fáceis para resolver problemas difíceis. Em meio a compromissos e responsabilidades, é essencial manter o equilíbrio de contas e a responsabilidade fiscal em todas as esferas da sociedade. O governo central tem o papel crucial de garantir a estabilidade e o bem-estar da população, buscando sempre a solução para as dificuldades enfrentadas.
Em um cenário de compromissos renovados e discursos em prol do bem-estar comum, é fundamental estabelecer uma linha de base sólida para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A busca pelo equilíbrio entre as necessidades individuais e coletivas é o caminho para alcançar soluções sólidas e duradouras para os desafios contemporâneos. indicadores
Desafios e Soluções na Economia Brasileira
Talvez esta seja uma boa premissa para introduzir qualquer artigo de opinião no Brasil. Em situações que envolvem economia, política e orçamento público, então, parece uma licença imperativa. Recentemente, nas manchetes dos últimos dias, foi possível observar que os indicadores de mercado, especialmente aqueles que medem as precificações e projeções futuras, sofreram oscilações significativas. Os apontamentos indicam uma piora na relação dívida pública x PIB, na capacidade de cortar gastos e no cumprimento das obrigações firmadas no Novo Arcabouço Fiscal.
De um lado do problema, no horizonte de curto prazo, surgem matérias em processo de votação no Congresso Nacional que demandam aumento de despesas ou aumento de renúncia fiscal. Exemplos disso são a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da indústria e a PEC que concede reajuste automático para carreiras do judiciário e Ministério Público a cada cinco anos, os chamados quinquênios. Por outro lado, há a presença da desconfiança do mercado e do setor produtivo em relação ao compromisso do governo com a responsabilidade fiscal, ou seja, com o equilíbrio de suas contas para garantir resultados positivos e perenes no governo central.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, é constantemente questionado sobre responsabilidade, metas e controles. É notável o esforço do ministro em renovar os compromissos e demonstrar que as bases de seus discursos são sólidas. O ex-presidente José Sarney elogiou o ministro Haddad pela quantidade de vitórias em favor da Fazenda, especialmente em matérias que resultam em aumento de arrecadação já no primeiro ano de governo. Para Sarney, Haddad conseguiu realizar feitos impressionantes, como ‘fazer crochê sem linha’, uma metáfora adequada para os desafios enfrentados em Brasília.
O Novo Arcabouço Fiscal, o voto de qualidade no CARF, a tributação de fundos exclusivos, a tributação de offshores, as apostas esportivas e a tão aguardada Reforma Tributária são matérias aprovadas pelo Congresso Nacional em 2023, com o trabalho dedicado do ministro Haddad. No entanto, o ano de 2024 se apresenta como um desafio ainda maior do que 2023. Internamente, o governo enfrenta dificuldades no corte de despesas, sendo cada vez mais necessário buscar novas receitas por meio de impostos.
No cenário internacional, a desaceleração da economia chinesa e a manutenção de elevados níveis de juros na economia americana destacam-se como grandes obstáculos para a economia brasileira. José Sarney, aos 94 anos, pode se perguntar se o ministro Haddad, além de lidar com a linha, também é capaz de fazer crochê sem agulha. Como diria Sérgio Sampaio, ‘o triste nisso tudo é tudo isso’.
O ruído do mercado aumentou após o governo admitir dificuldades para cumprir as metas fiscais estabelecidas. Zerar o déficit em 2024 e gerar superávit em 2025 parecem metas cada vez mais distantes para nossa economia. A necessidade de encontrar respostas para problemas difíceis é evidente, especialmente diante dos desafios que se apresentam.
Fonte: @ CNN Brasil
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