Correção de juros em financiamento pode variar com índice nacional de preços ao consumidor amplo e alta inflação.
A expectativa de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 diminuiu na última semana, o que pode impactar a capacidade financeira de muitos brasileiros. Isso é especialmente verdadeiro para aqueles que estão pagando parcelas de financiamento.
Agora, os especialistas esperam que a taxa de inflação alcance um índice referencial de 4,34% ao final do próximo ano, o que é 0,02 ponto percentual a menos do que foi previsto anteriormente. Para 2026, a previsão é que a taxa seja de 3,10%. A inflação é um elemento-chave ao financiamento, pois a folha salarial dos empregadores e a capacidade de pagamento dos consumidores são afetados pela taxa de inflação. Além disso, a taxa de juros, o sistema de amortização e a amortização principal também são influenciados pela inflação, pois a inflação pode aumentar o valor da parcela de financiamento. Para aqueles que dependem de financiamento para comprar imóveis, a previsão de inflação é crucial, pois ela pode afetar sua capacidade de pagar as parcelas do empréstimo.
Impactos da inflação nos financiamentos da Caixa
A evolução da inflação pode penalizar de maneira especial quem escolhe a Tabela Price como modalidade de amortização da dívida, especialmente em um cenário de alta de preços ao consumidor amplo. O IPCA tende a impactar mais a Tabela Price, um dos sistemas de amortização em que o saldo devedor diminui mais lentamente, pois historicamente a inflação oscila muito mais que a Taxa Referencial (TR) e pode ter picos que deixam as parcelas bem mais salgadas.
As novas regras da Caixa preveem uma fatia de entrada pelo imóvel maior para quem escolhe esse sistema de financiamento, o que pode aumentar a capacidade financeira necessária para a contratação de um financiamento. Além disso, a amortização é aquela parte da parcela destinada a reduzir o valor financiado inicialmente, chamado de principal, enquanto a outra parte paga os juros daquele mês, que são calculados sobre o mesmo principal.
A Tabela Price é um sistema em que as parcelas são fixas durante todo o financiamento, o que facilita o planejamento, mas uma parte maior do pagamento inicial é destinada aos juros, de forma que o saldo devedor demora um pouco mais para ser amortizado. Sobre esse saldo devedor incide a correção mensal da variação da inflação, quando o comprador escolhe esse indexador da linha de financiamento.
O total pago em juros ao longo do financiamento tende a ser maior do que quando comparado à Tabela SAC, explicou Catarina Cortizo, advogada da área de Imobiliário do Serur Advogados. Em 2019 e 2020, os bancos, liderados pela Caixa Econômica, lançaram linhas de financiamento indexadas ao IPCA ou à rentabilidade da poupança.
A Tabela Price tem suas vantagens, além da estabilidade das parcelas fixas, e pode ser mais indicada para quem não planeja quitação antecipada, pontuou Frederico Avril, sócio da Septem Capital Gestão Patrimonial e Investimentos. ‘O SAC é mais vantajoso para quem visa economizar no custo total do financiamento, mas exige maior capacidade financeira inicial de pagar uma maior parcela no início.’
Fonte: @ Valor Invest Globo
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