Águas inundaram mais de 200 vidas e expulsaram 165mil pessoas. Água de lago e rio, furiosas, arrasaram casas e afetados. Enchentes intensas, chuvas, El Niño, Dipolo positivo do Oceano Índico, traziram um terrível quadro.
Ao colocar o filho Isaac para dormir no último domingo, Julia Wanjiku não fazia ideia de que as enchentes estavam a caminho. Nas primeiras horas da manhã de segunda-feira, Wanjiku acordou sobressaltada com os gritos dos vizinhos, alertando-a sobre a água que começava a invadir as casas.
As enchentes pegaram todos de surpresa, resultando em cheias devastadoras em toda a região. Wanjiku e sua família tiveram que agir rapidamente para se proteger da força das águas que não paravam de subir.
Impactos devastadores das enchentes em Mai Mahiu
Um rio furioso de água lamacenta devastou a cidade de Mai Mahiu, situada a cerca de 50 quilômetros ao norte de Nairobi, a capital do Quênia. Sobreviventes como Wanjiku tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo quando as enchentes chegaram impiedosamente. Seu marido lutou para segurar o filho Isaac, mas a força das águas o levou embora, deixando a família sem respostas. Wanjiku, entre lágrimas, expressou a angústia de não saber o paradeiro do filho e de ser grata por ter sobrevivido ao caos.
As inundações em Mai Mahiu foram catastróficas, resultando na perda de pelo menos 52 vidas, incluindo 18 crianças inocentes. Essa tragédia reverberou em todo o Quênia, afetando cidades como Nairobi e partes da renomada reserva de vida selvagem Maasai Mara. As semanas de chuvas intensas desencadearam inundações repentinas que ceifaram a vida de pelo menos 210 pessoas e deixaram mais de 90 indivíduos desaparecidos, com 165.500 moradores deslocados de suas casas.
O país estava sob o impacto de fortes chuvas, fora do comum para a época, atribuídas a uma combinação de dois fenômenos climáticos naturais, El Niño e um Dipolo positivo do Oceano Índico, conhecido como El Niño do Índico. Esses eventos, aliados ao aquecimento global causado pela atividade humana, intensificaram a fúria das águas. O presidente queniano, William Ruto, alertou para um cenário terrível previsto pelos relatórios meteorológicos, enquanto o país se preparava para a possível chegada do ciclone Hidaya.
A situação se agravou, com relatos do Secretário do Interior, Kithure Kindiki, sobre 178 barragens e reservatórios que corriam o risco de transbordar a qualquer momento. Cerca de 100 mil pessoas foram afetadas, e a ordem de evacuação foi dada para evitar mais tragédias. Escolas permaneceram fechadas por tempo indeterminado, sendo transformadas em abrigos para os deslocados. Os assentamentos informais foram duramente atingidos, destacando a vulnerabilidade das comunidades mais carentes diante das forças furiosas da natureza.
Fonte: @ CNN Brasil
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