Bando usou rastreadores da Apple para monitorar carregamento de droga com mais de uma tonelada para Europa e Ásia.
A Polícia Federal desbaratou em 7 de abril, uma quadrilha de traficantes de cocaína, com integrantes ligados ao PCC, que escondia a droga em cascos de navio.
Os traficantes usaram mergulhadores para transportar a cocaína escondida nos cascos de navio. A quadrilha contava com integrantes ligados ao PCC, organização crimosa que opera no Brasil. O Porto de Santos era o ponto de partida para a distribuição da cocaína.
Um Labirinto de Subterfúgios: Traficantes e sua Arma de Destruição
Em meio ao labirinto da ilegalidade, surge um elemento de desafio constante para os traficantes: encontrar uma solução para o entorpecente no destino da remessa. Esse problema foi exemplificado na Operação Eureka, quando um bando de traficantes colocou um carregamento de cocaína no navio MSC Agadir, rumando para o porto de Gioia Tauro, na Calábria, no sul da Itália. Seu objetivo era recuperar a droga em janeiro de 2020 por meio de mergulhadores italianos, mas eles não conseguiram encontrar o carregamento. Isso irritou os mafiosos italianos, levando a uma investigação mais profunda sobre o modus operandi da quadrilha.
A quadrilha estava ligada ao PCC e, por meio de uma artimanha, colocou nas bolsas à prova d'água, junto da cocaína, rastreador frequentemente usado para viajantes monitorarem suas malas – uma Airtag. Foi justamente os dados de acesso desse aparelho, produzido pela Apple, que levaram a PF à quadrilha que traficou mais de uma tonelada de droga em dez meses. A extensão dos relacionamentos das pessoas associadas à quadrilha ‘é extremamente ampla, alcançando funcionários e seguranças do Porto de Santos’.
Os nomes de Marcel e de Juan foram descobertos pela PF após a apreensão, em janeiro, na Coreia do Sul de 100 quilos de cocaína escondidos no compartimento subaquático do barco M/V Hyundai Oakland. A embarcação havia partido do Porto de Santos com bolsas de lona à prova d'água escondidas dentro da válvula de entrada. Na bolsa também havia oito Airtags – sete comprados e provavelmente instalados em Hong Kong e um encontrado no navio. Os detalhes desse modus operandi da quadrilha ligada ao PCC constam de decisão do juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos, que colocou a Polícia Federal no encalço da quadrilha na Operação Taeguk.
A ofensiva foi às ruas para cumprir dez ordens de prisão preventiva e vasculhar 39 endereços em São Paulo – capital, Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Bertioga, Caraguatatuba e Paraibuna -, Rio de Janeiro – Duque de Caxias -, Pará – Belém e Barcarena – e Maranhão – São Luís. De tais alvos, cinco foram presos na Baixada Santista – Guarujá (4) e Santos (1) – e um já estava encarcerado. Outros quatro estão foragidos.
A reportagem busca contato com os investigados. O espaço está aberto para manifestações. Os alvos das ordens de prisão são supostos expoentes da organização criminosa: Marcel Santos da Silva; Juan Santos Borges Amaral; Carlos Alberto de Almeida Melo, o Barbinha; Francisco Frutuoso Neto, o Manga ou SSCP; Julio Enrique Ramirez Ochoa, Gringo; Luan Santos Dantas, o Fé em Deus; Ryan Kageyama Santos; Sergio Luiz Alves dos Santos, o Braço, Valmir de Almeida; e Rodrigo Borges Amaral. A PF ainda investiga a participação de uma série de outros investigados nos crimes.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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