Construção de galeria de arte com vaquinha, mutirão e pagamento parcelado. Espaço independente de crise, com tecnologia de informação.
Paraisópolis, considerada a favela com o maior número de moradores de São Paulo, na zona sul da capital, ainda não havia um espaço digno para as artes plásticas de quebrada, até que a Favelarte nasceu. A iniciativa é da produtora cultural e designer gráfica, Ligia Piveta, que teve a ideia de criar um espaço de arte e arte na favela.
Entre os expositores da Favelarte está Jean Bolando Joachim, o Lando, haitiano que mora há cinco anos no Brasil e que trouxe sua paixão pela arte para o local. “Eu sempre fui apaixonado por arte, desde que era criança, na minha terra natal, no Haiti, e quando vim para o Brasil, eu quis continuar a arte. Aqui em Paraisópolis, eu tenho encontrado muita inspiração, muita arte nas ruas, nas pessoas, nas histórias das pessoas, e isso me motiva a criar e a continuar a arte”, diz o artista. A Favelarte é um espaço que visa promover a arte e a cultura na favela, oferecendo exposições, workshops e outras atividades culturais para os moradores da favela e para o público em geral.
Primeira Galeria de Arte da Periferia
A abertura da Favelarte Galeria Suburbana, no coração de Paraisópolis, está marcada para o dia 15 de dezembro, momento em que a arte e a criatividade se unem à resistência e à luta pela dignidade. O espaço, localizado na casa de Hermeson de Morais, conhecido como Ticano, um dos principais articuladores da iniciativa, é resultado de um intenso trabalho coletivo e de superação de dificuldades, com a ajuda de doações, mutirões de artistas e parcelamento do trabalho do pedreiro.
A Galeria Suburbana pretende receber ao menos 30 artistas consagrados da cena independente, oferecendo uma abordagem inovadora e inclusiva para a arte na periferia. O espaço é um marco importante, pois não somente procura apresentar uma visão alternativa da arte, mas também busca trazer à tona as histórias e experiências dos moradores de Paraisópolis, numa profunda conexão entre arte e realidade.
O Favela Podcast, conduzido por Ticano, funcionará no andar de cima da casa, enquanto a família mora no terceiro andar. Ticano destaca a importância da rede de amigos que construiu ao longo do tempo, graças ao seu engajamento social, e que agora o ajudam a tornar a sua visão em realidade. Um exemplo disso é Moisés Souza, o artista plástico conhecido como M. Souzarte, que abraçou a ideia e está colaborando para a transformação do sonho em realidade.
Ticano, como é conhecido, tem uma história que reflete a complexidade e a diversidade da vida em Paraisópolis. Sua família chegou à favela na década de 1970, e ele teve que superar muitos desafios, desde a infância até a formatura em tecnologia da informação, graças a uma bolsa. Agora, ele quer usar a Favelarte Galeria Suburbana para oferecer aos artistas e visitantes um espaço digno e respeitoso, semelhante ao que existe fora da quebrada.
Entre os artistas que estarão expostos, destaca-se Lando, um haitiano que mora há cinco anos no Brasil e é conhecido por suas obras plásticas, gravuras e tatuagens. A presença de artistas como ele reforça a importância da inclusão e da diversidade na arte, refletindo a rica experiência cultural de Paraisópolis.
Fonte: @ Terra
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