Orangotango Rakus pressiona suco de Suaq Balimbing planta sobre ferida intencional. Biologicamente ativa líquido aplicado em minutos. Grande primata, individual, nova inovação em área de pesquisa. Socially relative hierarchies, de vários espécies, stabilized process. (146 caracteres)
Cientistas na Indonésia presenciaram um orangotango tratando de forma consciente uma ferida em seu rosto com uma planta medicinal, marcando a primeira vez que esse comportamento é registrado. Rakus, um orangotango macho de Sumatra, cuidou de uma lesão em seu rosto mastigando folhas de uma planta trepadeira conhecida como Akar Kuning e aplicando o suco resultante na região afetada. Segundo um artigo divulgado na revista Scientific Reports na quinta-feira (2), Rakus então cobriu a ferida com as folhas mastigadas, que têm propriedades medicinais amplamente reconhecidas na medicina tradicional.
Esse comportamento excepcionalmente inteligente e natural mostra a incrível capacidade de adaptação desses animais. Os orangutans de Sumatra, como Rakus, mostram uma impressionante habilidade de usar recursos naturais para cuidar de sua saúde, revelando a complexidade de seu comportamento e sua relação única com o meio ambiente.
Descoberta inovadora sobre o comportamento do orangotango
Uma pesquisa recente realizada por Isabelle Laumer, pesquisadora pós-doutoranda no Instituto Max Planck de Comportamento Animal, revelou um comportamento intrigante envolvendo um orangotango sumatran. As observações ocorreram em junho de 2022 na área de pesquisa de Suaq Balimbing, situada no Parque Nacional Gunung Leuser, na Indonésia.
Durante o estudo, os pesquisadores testemunharam um orangotango chamado Rakus utilizando uma planta de forma intencional para tratar uma ferida recente. Esta ação foi realizada repetidamente ao longo de vários minutos, sugerindo um processo cuidadoso e deliberado por parte do primata.
A aplicação da planta pela orangotango para tratar sua ferida foi considerada um comportamento altamente inovador, sendo a primeira vez que os cientistas presenciaram tal ação em uma espécie de grande primata. Este fenômeno abre novas perspectivas sobre a capacidade desses animais de gerenciar ativamente feridas utilizando recursos naturais ao seu alcance.
De acordo com Isabelle Laumer, a possibilidade de Rakus ter aprendido a tratar sua ferida por meio de uma ‘inovação individual acidental’ é uma das hipóteses levantadas. Outra explicação seria a transmissão do conhecimento sobre o uso de plantas medicinais para feridas de outros orangotangos na região em que Rakus foi criado.
A rara ocorrência de confrontos físicos entre orangotangos machos na área de Suaq Balimbing, devido à alta disponibilidade de alimentos e hierarquias sociais relativamente estáveis, torna a presença de feridas nesses primatas um evento incomum. Por isso, a observação do comportamento de Rakus representa uma oportunidade única para os pesquisadores expandirem seu entendimento sobre a automedicação e o cuidado com feridas nessa espécie.
Os resultados deste estudo trazem à tona a semelhança surpreendente entre as capacidades dos orangotangos e dos seres humanos em lidar com cicatrização de feridas, sugerindo uma possível origem evolutiva comum. Essas descobertas destacam a importância de proteger esses primatas, que estão criticamente ameaçados em seu habitat natural. A pesquisa sobre o comportamento do orangotango continua a fornecer insights valiosos sobre a complexidade e a inteligência desses animais fascinantes.
Novas perspectivas sobre o cuidado com feridas em orangotangos
Isabelle Laumer e sua equipe, ao observarem o orangotango Rakus tratando intencionalmente uma ferida recente com uma planta biologicamente ativa, desvendaram um aspecto anteriormente desconhecido do comportamento desses primatas em seu ambiente natural. A atenção meticulosa dedicada por Rakus ao cuidado de sua ferida, ao longo de vários minutos, sugere uma atitude intencional e cuidadosa em relação à sua própria saúde.
A inovação demonstrada por Rakus ao utilizar recursos vegetais para tratar sua ferida lança luz sobre a complexidade das interações entre orangotangos e seu ambiente. A possibilidade de aprendizado por meio de ‘inovação individual acidental’ ou da transmissão cultural de conhecimento entre os orangotangos da região aponta para níveis de sofisticação social e cognitiva dentro dessa espécie de primata.
A raridade das feridas em orangotangos na área de pesquisa de Suaq Balimbing, devido às hierarquias sociais relativamente estáveis e à baixa incidência de confrontos físicos, torna a observação do comportamento de Rakus ainda mais significativa. Esta descoberta lança uma nova luz sobre a capacidade dos orangotangos de cuidarem de si mesmos de maneira ativa e inteligente, estabelecendo paralelos fascinantes com as práticas de automedicação em humanos.
Ao destacar a importância da preservação desses primatas que estão criticamente ameaçados, os resultados deste estudo ressaltam a necessidade contínua de pesquisas para entender mais profundamente a complexidade das interações entre orangotangos e seu ambiente. A observação atenta do comportamento desses animais oferece uma janela única para compreendermos melhor não apenas sua biologia, mas também nossa própria evolução e relação com o mundo natural.
Fonte: © CNN Brasil
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