Levantamento em nove estados mostrou que a Bahia mata mais pessoas negras jovens pobres entre os monitorados.
Avanços nas políticas de segurança pública nas últimas décadas não conseguiram minimizar a violência, que continua a afetar a vida de jovens em todo o país. As estatísticas de mortos nas ruas, principalmente entre 18 e 29 anos, são alarmantes, especialmente no Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
Na realidade, o cenário de violência se repete em estados com governos eleitos em 2022, revelando um problema sistêmico que precisa de políticas públicas eficazes para mudar o quadro de violência. O Rio de Janeiro, por exemplo, que pela primeira vez registrou menos de mil mortes, ainda apresenta a estatística alarmante de uma pessoa negra morta a cada 13 horas, desafiando o discurso de avanços na segurança.
Mortos, jovens e polícia: um padrão alarmante
De acordo com os dados da Rede de Observatórios da Segurança, pelo menos oito pessoas negras, pobres e jovens são mortas a cada dia pela polícia nos nove estados monitorados. Conforme o Boletim Pele Alvo: Mortes que Revelam um Padrão, de 2023, 87,8% dos mortos eram pessoas negras, pobres e tinham entre 18 e 29 anos. Uma parcela significativa era ainda mais jovem, com idades entre 12 e 17 anos, totalizando 243 mortes.
Os dados são alarmantes, acusando uma violência policial desproporcional, que afeta mais as pessoas negras, pobres e jovens. A Bahia mantém a polícia mais letal, com 1.702 assassinatos provocadas por agentes de segurança estaduais. No Ceará, o número de negros vitimados foi oito vezes maior do que o de brancos. Em São Paulo, cresceram 21,7%.
Um padrão letal: pessoas negras, pobres e jovens
O gráfico mostrando a proporção da população negra e as vítimas desse perfil racial nos estados evidencia um padrão da letalidade policial. Os negros representam a maioria dos casos que continham essa informação, e jovens de 12 a 29 anos totalizam 54,9% das vítimas. O Pará reduziu o número de mortos por agentes de segurança, mas aumentou em 16% o número de vítimas negras, reafirmando a cor do alvo principal da violência policial.
Pernambuco e o aumento da violência policial
Pernambuco registra aumento de 28,6% no número de mortes provocadas pela polícia e atinge seu maior índice, desde 2019. Série histórica dos estados mostra que apenas na Bahia o número de mortes aumentou constantemente. Pela primeira vez, o Rio de Janeiro apresentou menos de mil mortes, mas ainda registra a morte de uma pessoa negra a cada 13 horas. Em São Paulo, o número de mortes provocadas pela polícia avançou 21,7%, sendo negras 66,3% das vítimas.
Fonte: @ Terra
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