Investidores exigem matemática para déficit zero. Governo detalhou pacote de estímulos, mas decepcionou, endividamento com menos, atrativos para se tornarem com menos, com senso de aversão ao risco, demanda global por commodities no mercado imobiliário e ouro.
O mercado brasileiro ainda não entende como a Administração Preliminar Orçamentária (APO) se transformará em uma realidade concreta, com números definidos e metas claras. A APO é um mapa detalhado para o governo, com um objetivo claro de reduzir a massa salarial e a despesa no orçamento público.
A redução da despesa pública é essencial para o governo, mas a falta de informações concretas sobre como será feita está preocupando investidores. Com a alta da inadimplência e a diminuição do crédito, o mercado está tendo dificuldades para aumentar a produção e gerar empregos. Em um contexto de alta inflação e juros altos, o governo precisa mostrar que tem um plano firme para reduzir o déficit orçamentário.
Desafios para o Mercado
A evolução do mercado depende de um ambiente com menos despesas e do orçamento para se tornarem mais atrativos. Na ponta das exportadoras, as maiores delas também seguiram no caminho de queda. Mais uma vez, a decepção com os rumos da economia da China pressionou o preço de commodities como minério de ferro e, em parte, petróleo.Entre os ativos mais sensíveis à incerteza, o mercado imobiliário ouro ganharam terreno nas carteiras. Por aqui, a moeda se manteve estável, com uma variação de 0,08% para baixo, apesar de ter passado a maior parte da sessão com viés de alta, impactando diretamente a demanda global por commodities.
Investidores em Alerta
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não deu muitos detalhes sobre as propostas que garantiriam o cumprimento do arcabouço fiscal. Chegou a hora em que os investidores querem entender a matemática exata que vai transformar promessas em realidade. Assim como ocorreu hoje com a China. Após anúncio de pacote de estímulos, há pouco mais de um mês, os investidores voltaram a apostar em commodities e empresas ligadas a ela.
Panorama Desfavorável
A curva de juros adotou um movimento invertido, que ocorre quando as taxas de longo prazo ficam menores que as de curto prazo. Isso ocorreu por dois motivos. O primeiro foi a incerteza sobre as contas públicas e a falta de clareza no cumprimento das metas fiscais para 2024, o que aumenta a pressão sobre o dólar. Além disso, a percepção de um risco fiscal elevado no Brasil eleva as taxas de juros futuros, já que o mercado prevê a necessidade de um custo de capital mais elevado para mitigar esses riscos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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