Pesquisa da XP com 250 mil clientes aponta que diversificação na renda fixa não é eficaz devido à falta de conhecimento entre os investidores.
A XP trouxe à tona como 39% de seus 250 mil clientes que investem no exterior distribuem seus recursos. Destes, 74% tendem a investir em títulos de empresas brasileiras lá fora e apenas 26% em outros países. Esse cenário sugere que por lá, a aplicação em títulos de renda fixa de empresas brasileiras é mais atraente. Porém, essa não é uma diversificação de fato, pois o risco de moeda é minimizado, mas o de crédito não. Além disso, as empresas brasileiras em que eles investem têm a mesma exposição ao risco de crédito dos investimentos feitos no Brasil.
A XP também observou que os clientes brasileiros que investem no exterior tendem a optar por títulos de renda fixa em sua maioria. Desse total, 74% dos investimentos recaem em títulos de empresas brasileiras. Isso sugere que esses investidores estão buscando uma aplicação segura e com retorno garantido. No entanto, essa abordagem pode limitar a diversificação de portfólio, pois o risco de crédito não é minimizado.
O Investimento no Exterior: Uma Oportunidade de Multiplicar Rendimentos
É fundamental considerar que investir em empresas fora do país é uma estratégia que pode minimizar o risco associado ao mercado interno, especialmente no Brasil, conforme salienta Paulo Gitz, estrategista global de um banco de investimento de renome. Além disso, ele enfatiza que o risco da aplicação varia conforme o tipo de empresa, como visto em exemplos recentes, onde empresas de tecnologia oferecem taxas de retorno mais atraentes do que as de outros setores.
Um estudo realizado pela divisão internacional da XP com 2 milhões de clientes revelou que 85% desses investidores estão cientes de que podem investir diretamente no exterior, não apenas através de BDRs disponíveis na B3 ou por meio de fundos denominados feeders, que são produtos de investimento no Brasil que investem em cotas de um fundo internacional. No entanto, apenas 24% desses clientes abriu uma conta internacional, mas ainda não iniciou a aplicação do dinheiro. A falta de conhecimento foi o principal motivo para não investir, seguido pela falta de recursos e tempo disponíveis.
A maioria dos investidores (63%) aplica seu dinheiro em ações, com 51% preferindo investir em fundos que seguem um índice de referência e são listados na bolsa, especificamente os ETFs. Esta preferência está correta, pois os ETFs são considerados a maneira mais eficaz e simples de se expor a um índice ou país. Como resultado, o volume investido em produtos listados em bolsas se concentra em menos de 50 aplicações, incluindo ETFs de renda fixa, de ações, de bitcoin e as Sete Ações Magníficas, que são papéis de alto crescimento e estão entre as dez empresas mais valiosas nas bolsas globais. Os títulos do Tesouro americano também aparecem, com 15% dos clientes investindo, sendo que 33% deles preferem títulos com vencimento em quatro anos. Por fim, os fundos de investimento são preferência de 13%, com os produtos oferecidos pela Blackrock e pelo J.P.Morgan sendo os mais populares.
A XP, assim como outros concorrentes, como a Avenue, Nomad, C6 e BTG, está com um grande foco no investimento no exterior. A disputa por investidores está cada vez mais visível, especialmente em locais estratégicos como o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, onde essas instituições financeiras oferecem salas VIPs e outros benefícios aos clientes. Isso se deve ao fato de que investidores começam a investir no exterior utilizando contas internacionais, o que permite que o dinheiro seja aplicado em moedas estrangeiras antes da viagem.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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