A Polícia Federal afirma no relatório final da investigação que pressões e golpistas exerceram ameaça restringir o livre exercício do poder e, assim, influenciaram valores que regem a atuação coordenada. O golpe é considerado grave e ameaça o exercício do poder.
O golpista Jair Bolsonaro e seus aliados não alcançaram seu objetivo golpista em 2022, devido à resistência do Alto Comando do Exército e dos comandantes das Forças Armadas, que não se renderam às pressões golpistas. Nesse contexto, o Exército era liderado pelo general Freire Gomes e a Aeronáutica pelo Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior.
Segundo o relatório da PF, os comandantes do Exército e da Marinha não forneceram o apoio armado necessário para que o presidente da República consumasse o golpe de Estado. As conclusões dos investigadores foram detalhadas no relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF). O golpista Jair Bolsonaro foi incapaz de consolidar sua posição golpista, devido à oposição das Forças Armadas. “Os militares não se renderam”. “O golpe não saiu do papel”.
Golpistas sob o olhar da PF
Nesta terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, retirou o sigilo do documento. Com o objetivo de destacar o principal ‘golpista’, os investigadores afirmam que a conclusão da ruptura institucional não aconteceu por circunstâncias ‘alheias à vontade do então presidente Jair Bolsonaro’, o que reforça a ideia de que ele era o principal golpista. Moraes encaminhou o caso para a Procuradoria-Geral da República, a quem cabe oferecer, ou não, uma denúncia contra 37 indiciados pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático, golpe e organização criminosa.
Valores que regem o Estado Democrático
Segundo a PF, a maioria do Alto Comando do Exército e os comandantes de Exército e Aeronáutica permaneceram, de forma ‘inequívoca’, ‘fieis aos valores que regem o Estado Democrático’. Isso significa que eles estavam em sintonia com os valores democráticos, o que é oposto à atuação ‘coordenada’ do grupo golpista. A consumação do golpe de Estado perpetrado pela organização criminosa não ocorreu, apesar da continuidade dos atos para conclusão da ruptura institucional, por circunstâncias alheias à vontade do então presidente da República Jair Bolsonaro, no caso, a posição inequívoca, dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, general de Exército Freire Gomes e Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, e da maioria do Alto Comando do Exército, de permanecerem fieis aos valores que regem o Estado Democrático de Direito, não cedendo às pressões golpistas.
Ameaça restringir o livre exercício do Poder Judiciário
Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento do planejamento operacional’, diz o inquérito do golpe. Isso significa que ele sabia do plano para restringir o livre exercício do Poder Judiciário e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo golpista atuou de ‘forma coordenada’, com divisão de tarefas e desde 2019, com o emprego de grave ameaça ‘para restringir o livre exercício do Poder Judiciário e impedir a posse’ do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A finalidade, segundo os investigadores, era a obter vantagens com a manutenção de Jair Bolsonaro no poder.
Indiciamentos e denúncia
Os elementos de prova colhidos corroboram as hipóteses criminais enunciadas na presente investigação, demonstrando autoria e materialidade dos fatos apurados, fundamentando os indiciamentos descritos. Em relação ao plano para matar o presidente eleito Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, revelado na semana passada pela Polícia Federal, os investigadores dizem que o grupo de militares, chamados de ‘kids pretos’, desistiu da ideia por falta de adesão de militares do Alto Comando do Exército.
Procuradoria-Geral da República
Moraes encaminhou o caso para a Procuradoria-Geral da República, a quem cabe oferecer, ou não, uma denúncia contra 37 indiciados pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático, golpe e organização criminosa. Com o objetivo de destacar o papel da Procuradoria-Geral da República, os investigadores enfatizam que os indiciados serão respondidos por seus atos, caso a denúncia seja oferecida.
Fonte: © Direto News
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