Filme com Demi Moore reforça discussão sobre envelhecer não ser sinônimo de doença, termo de anti-idade, medicina estética, ciclo de vida, fisionomia no espelho, recursos de médicos.
Os reflexos da envelhecer são uma verdadeira constante na sociedade contemporânea, e assim também as críticas ao conceito de anti-idade. Com o advento de produtos e marcas que prometem revolucionar esse processo, o debate sobre a envelhecer ganha mais intensidade. Atualmente, a discussão recai sobre a representatividade do termo, que passou a ser visto por muitos como uma espécie de discriminação contra as pessoas mais velhas.
Recentemente, um filme foi lançado, ganhando destaque por retratar o processo de envelhecer de forma realista e sem promessas mirabolantes. O filme não promete um envelhecer mais longo, mas sim a aceitação do que é natural. Com ele, o público é convidado a questionar o conceito de anti-idade e seu impacto sobre a sociedade. Além disso, ele também aborda a prolongamento de vida de maneira crítica, mostrando como a obsessão pelo tempo pode levar a consequências negativas. Com esse olhar crítico, o filme vem reforçar a importância de entender e respeitar o processo de envelhecer como parte natural da vida.
Envelhecer: o conceito errado
A obra em cartaz A Substância, estrelada por Demi Moore, nos faz refletir sobre o porquê algumas pessoas não querem envelhecer ou temem esse processo natural. Como cirurgiã plástica, minha filosofia no consultório é fazer com que o paciente se sinta bem consigo mesmo. Se me diz que está ficando velho, eu respondo: ‘Ainda bem! E, se tudo der certo, vai ficar muito mais velho e melhor’. É claro que o medo de envelhecer existe. Vivemos um ciclo de vida, como qualquer ser vivo, que um dia vai acabar. As rugas e a mudança contínua e gradual de nossa fisionomia no espelho nos lembram disso todos os dias. Mas o conceito de anti-idade reitera esse medo como uma expressão cruel. Podemos falar que um antibiótico ataca bactérias, o anticoncepcional impede a gravidez, solas antiderrapantes evitam tombos… Mas a premissa do anti-idade é errada! Envelhecer não é doença. É um fato!
Termos equivocados
Envelhecer não é algo que devemos temer, mas sim celebrar. As técnicas cirúrgicas evoluem cada vez mais buscando o aspecto natural da face. Um paciente bem operado não parece ter feito cirurgia: parece mais descansado, mais feliz… O que importa é agir e interferir a favor de um envelhecimento bonito e saudável. Continua após a publicidade Envelhecer também é bom! Algumas comunidades na Ásia encaram seus idosos com respeito: eles são símbolos de sabedoria e suas rugas, motivo de orgulho. No mundo ocidental, como bem demonstrado no filme, a beleza é sinônimo de juventude: as capas de revista e os posts nas redes sociais estampam jovens, rostos sem qualquer sombra de rugas, gente magra, maquiada, que usa e abusa do Photoshop.
Fraquezas humanas
Essa noção faz com que culote, barriga e rugas tenham de ser tratados a qualquer custo. E gera uma frustração contínua, porque, inexoravelmente, o corpo muda. A vida também não é a mesma. Trabalho, filhos, contas a pagar, nada disso existia aos 18 anos. Tudo mudou. A responsabilidade aumentou e a sabedoria também. A ação dos músculos que se contraíram em cada sorriso, ao longo de todos esses anos, obviamente vai marcar a pele e produzir rugas. Ainda bem, pois a melhor e mais eficaz maneira de não ter rugas é não sorrir, não chorar, não se surpreender. Não viver. Continua após a publicidade Envelhecer também nos traz memórias, que nos fazem feliz ao olhar para trás, analisar o que já se passou… Tudo isso agrega valor ao que somos hoje.
Prevenção e recursos
É claro que podemos (e devemos) investir em hábitos preventivos, que nos dão uma aparência mais saudável, como usar o protetor solar e se alimentar bem diariamente. Também temos recursos médicos que podem ajudar, como o lifting facial e a cirurgia plástica. Mas o objetivo não é devolver a alguém de 60 anos um rostinho de 30. Isso não funciona! Se tudo der certo, vamos viver mais e melhor. E as preocupações estéticas exageradas darão lugar ao orgulho de ser quem somos.
Fonte: @ Veja Abril
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