Walter Schalka, da empresa de papel e celulose, prioriza valor sobre crescimento incessante. Apenas, internacionalização está na mira. Alocação de capital, compromessos, política financeira, operações, fusão Suzano, relação dívida líquida/Ebitda, ciclo de investimentos, medidas correativas, única organização, negócios plataforma.
À beira de sair do cargo de CEO da Suzano, que ocupou por 11 anos, Walter Schalka ‘gastou saliva’ na videoconferência de resultados do primeiro trimestre sobre o assunto de fusão de empresas e a promessa da empresa de ser disciplinada em investimentos.
No segundo trimestre, a Suzano anunciou uma associação estratégica com uma grande empresa do setor de papel e celulose, reforçando seu compromisso com a adquirencia de novas tecnologias e mercados emergentes. A compra de novas empresas tem sido uma estratégia-chave da Suzano para impulsionar seu crescimento e presença global.
Discussão sobre a Fusão de Suzano e International Paper
O tema da fusão entre Suzano e International Paper dominou boa parte da call, com a Suzano no centro das atenções após a agência de notícias Reuters divulgar que a empresa teria feito uma oferta informal de quase US$ 15 bilhões para adquirir a IP. Schalka, sem comentar a notícia, enfatizou que todos os movimentos da empresa visam criar valor para os acionistas no longo prazo, destacando a disciplina na alocação de capital e na política financeira da empresa.
A possível fusão entre Suzano e IP marcará a entrada da Suzano no mercado de embalagens e papelão ondulado, fortalecendo a companhia, que já é a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo. O Itaú BBA estima que a operação poderia resultar em uma empresa com valor de mercado de quase US$ 44 bilhões, com um Ebitda entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões. No entanto, a notícia da fusão gerou preocupações no mercado.
A principal preocupação está relacionada ao tamanho da operação, especialmente considerando a alavancagem financeira da empresa, que atingiu o limite estabelecido na política de endividamento para ciclos de investimentos. A relação entre dívida líquida e Ebitda em dólar chegou a 3,5 vezes nos primeiros três meses do ano, levando a uma queda de mais de 12% nas ações no pregão de 7 de maio.
Schalka expressou surpresa com a reação do mercado à especulação na imprensa e assegurou que a empresa não tomará riscos desnecessários. A empresa espera que a alavancagem atinja seu pico e comece a diminuir com a conclusão do Projeto Cerrado em junho. Em relação ao investimento de capital, a Suzano já desembolsou R$ 19,1 bilhões até abril, representando 86% do orçamento previsto de cerca de R$ 22,2 bilhões.
A empresa pretende manter a alavancagem entre 2 e 3 vezes, podendo exceder 3,5 vezes durante ciclos de investimentos, mas com medidas para remediar a situação. O compromisso com a disciplina de capital foi reiterado por Beto Abreu, futuro CEO da empresa, enfatizando a importância de gerar valor com disciplina na alocação de capital.
A internacionalização das operações também está em pauta, com a Suzano considerando expandir sua presença global. Até o momento, a empresa possui uma operação fabril na Finlândia, onde produz celulose microfibrilada em parceria com a startup Spinnova. A fusão com a International Paper poderia impulsionar ainda mais essa estratégia de expansão internacional.
Fonte: @ NEO FEED
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