Exibições começam sábado no Rio de Janeiro com produções cinematográficas experimentais e sessões gratuitas. Resistência cultural em foco.
Explorar a diversidade cultural e promover a representatividade feminina por meio do cinema é o foco da 4ª edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino. O evento, que terá início no próximo sábado (17), proporcionará ao público carioca a oportunidade de apreciar produções cinematográficas de mulheres árabes, quebrando assim estereótipos e ampliando a percepção sobre essa rica cultura.
A exibição de filmes dirigidos por mulheres árabes desafia os padrões ocidentalizados e oferece uma nova visão sobre a realidade dessas cineastas. Ao quebrar os estereótipos, a Mostra de Cinema Árabe Feminino contribui para uma representação mais autêntica e plural das mulheres árabes, enriquecendo o cenário cinematográfico com narrativas inovadoras e inspiradoras.
Mostra de Cinema Árabe Feminino: Quebrando Estereótipos e Ampliando Visões
São 27 produções cinematográficas, entre longa e curta metragens, documentários e narrativas experimentais, que compõem a Mostra de Cinema Árabe Feminino. Todas as sessões são gratuitas e ocorrem em locais como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) no Rio de Janeiro, o Cine Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Niterói, e em endereços de Duque de Caxias, como a Faculdade de Educação da Baixada Fluminense e o Gomeia Galpão Criativo, espaço de resistência cultural.
A curadoria, liderada pelas brasileiras Analu Bambirra e Carol Almeida e pela egípcia Alia Ayman, busca proporcionar uma visão não hegemônica das produções cinematográficas árabes, quebrando estereótipos e ampliando as visões ocidentalizadas sobre as mulheres árabes. A mostra destaca filmes de mulheres árabes, seja em seus países de origem ou na diáspora, trazendo à tona narrativas de resistência cultural.
Um dos destaques da programação é o filme ‘Vibrações de Gaza’, de Rehab Nazzal, que retrata a realidade de Gaza sob a perspectiva de crianças surdas. Outra obra impactante é ‘O seu pai nasceu há 100 anos assim como a Nakba’, dirigido por Razan AlSalah, que aborda a questão do apagamento do passado dos palestinos. A mostra inclui produções de diversos países árabes, como Iraque, Líbano, Egito, Sudão e Síria, oferecendo uma ampla gama de perspectivas.
Segundo Analu Bambirra, a Mostra de Cinema Árabe Feminino não apenas apresenta uma nova visão da população palestina, mas também desafia os estereótipos ocidentais sobre as mulheres árabes. A cocuradora destaca a importância de reunir filmes produzidos por mulheres, quebrando a ideia de submissão e opressão associada a elas. Filmes como ‘Impedimento em Cartum’, de Marwa Zein, e ‘O Protesto silencioso: Jerusalém 1929’, de Mahasen Nasser-Eldin, destacam o protagonismo feminino em contextos desafiadores.
A Mostra de Cinema Árabe Feminino não apenas oferece uma visão mais ampla e diversificada das produções cinematográficas árabes, mas também desempenha um papel crucial na desconstrução de estereótipos e na promoção da resistência cultural. O cinema, segundo Analu Bambirra, tem o poder de corrigir as interpretações errôneas e pré-concebidas, abrindo espaço para novas narrativas e visões.
Fonte: @ Agencia Brasil
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