Estamos muito abaixo do que as redes de direita fazem, destaca Nísia, participante da 76ª rede social pautada pela contratação.
Ao marcar presença na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, alertou nesta terça-feira (9) sobre os perigos da desinformação que circula em diferentes meios. Em seu discurso, enfatizou a importância de combater a propagação de desinformação e promover a valorização da informação de qualidade para a sociedade brasileira. ‘Estamos muito aquém do que se espera em termos de esclarecimento e conhecimento’, ressaltou a ministra.
Em um momento em que a vacinação se torna fundamental para conter a propagação de doenças, é essencial que a população tenha acesso a informações verídicas e confiáveis. A disseminação de notícias falsas sobre a eficácia das vacinas pode prejudicar os esforços de saúde pública. Nesse sentido, é crucial investir em campanhas de conscientização e educação para garantir que o conhecimento correto sobre a vacinação seja disseminado amplamente pela sociedade brasileira.
Desinformação: um desafio na 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas
É uma batalha constante – e talvez ‘batalha’ nem seja a palavra mais adequada para lidar com isso. Porém, é inegável que estamos enfrentando um desafio significativo, dada a velocidade com que a desinformação se propaga. E não é apenas isso: a disseminação de informações falsas, de forma criminosa, é um problema sério. Não se trata de algo neutro. Estamos lidando com ações meticulosamente planejadas, como destacou Nísia.
Durante seu discurso, a ministra alertou para a necessidade de não cair na armadilha de ‘dar voz a diversas perspectivas sobre um fato’. ‘Muitas vezes, acabamos legitimando discursos que não deveriam ter espaço – especialmente em nossos ambientes. Isso foi evidenciado na CPI da Covid. Como se tudo fosse igual’, ressaltou ao abordar os debates em torno da pandemia no Congresso Nacional.
Ela enfatizou que não se deve equiparar todo tipo de conhecimento, absurdos, loucuras e delírios ao mesmo nível. Isso é inaceitável. Muitas vezes, inadvertidamente, acabamos fazendo isso. É crucial validar as informações, e a ciência possui métodos históricos para isso.
Nísia também apontou que não se pode atribuir exclusivamente à desinformação os desafios enfrentados pelo país em relação à vacinação. ‘O negacionismo, em grande parte, é responsável por isso, pois em um governo negacionista, a campanha de vacinação, a conscientização e a priorização da vacinação e outros cuidados não são realizados’, explicou.
Além do combate à desinformação, a ministra defendeu outras estratégias, como a ampliação do acesso às vacinas por meio de unidades de saúde com horários estendidos, bem como a abordagem da ‘percepção de risco’ pela ciência como um fator crucial para aumentar as taxas de vacinação.
Ao exemplificar, ela mencionou a importância da vacinação nas escolas, citando o caso da vacina contra o HPV, que enfrentou críticas. Essa vacina é essencial na prevenção do câncer do colo do útero e de outros tipos de câncer, pois a proteção também se estende aos meninos. A estratégia de vacinação nas escolas resultou em uma cobertura de 80% com a primeira dose entre crianças e adolescentes.
‘Todas essas questões nos levam a considerar abordagens diversificadas. Na área da saúde e em outras políticas sociais, não devemos nos prender a uma única estratégia’, concluiu Nísia.
Fonte: @ Agencia Brasil
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