Facebook e Instagram coletam dados para treinar IA da Meta; governo suspende prazo de cinco dias para endereçar dúvidas sobre leis de privacidade.
A ANPD estabeleceu um prazo de cinco dias para que a Meta forneça a documentação necessária que comprove a atualização da Política de Privacidade, incluindo a remoção da parte referente à utilização de dados pessoais para o treinamento de sua inteligência artificial. Além disso, a empresa deverá apresentar uma declaração assinada por um representante legal assegurando a suspensão do uso desses dados.
Em meio às exigências da ANPD, a Meta se vê diante do desafio de se adequar às normas de proteção de dados, demonstrando transparência em relação ao tratamento das informações e ao desenvolvimento de sua inteligência artificial. A empresa terá que agir rapidamente para cumprir as determinações e garantir a conformidade com as regulamentações vigentes, reforçando seu compromisso com a privacidade dos usuários e a segurança dos dados.
Meta, AI; Meta AI: tudo sobre a inteligência artificial envolvida em polêmica
De acordo com um porta-voz não identificado da Meta, a empresa ‘cumpre com as leis de privacidade e regulações no Brasil, e continuará a trabalhar com a ANPD para endereçar suas dúvidas’. A seguir, entenda mais sobre a polêmica envolvendo a Meta AI.
Meta foi ordenada a suspender nova política de privacidade que coleta dados de usuários; entenda polêmica — Foto: Reprodução/Meta
Qual a melhor inteligência artificial que cria imagens? Usuários respondem no Fórum TechTudo Meta estava coletando dados pessoais para treinar sua IA. A nova Política de Privacidade da Meta entrou em vigor no último dia 16 e permite que a empresa usasse os dados pessoais do usuário para treinar sua inteligência artificial generativa. Isso significa que todo tipo de informação inserida no Instagram, Facebook e Messenger poderia ser usada para treinar e aperfeiçoar os recursos do software, que poderia acessar estes dados para gerar textos, fotos, vídeos e entre outros.
A decisão da ANPD se baseou no entendimento que a nova política da Meta viola a Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD), de 2018, que regulamenta o uso e o tratamento dos dados dos brasileiros. Segundo o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), que solicitou a suspensão à ANPD, a empresa não notificou previamente os usuários do WhatsApp, Facebook e Instagram sobre a mudança e não oferece um benefício condizente com a coleta de dados. Além disso, o conselho considerou os riscos da coleta de fotos e vídeos de crianças e adolescentes, que são comumente compartilhados nas redes sociais, para compor o banco de dados da inteligência artificial.
Fotos, vídeos e outras informações publicadas no Instagram e Facebook poderiam ser usadas para treinar IA — Foto: Laura Storino/TechTudo
Meta, AI; A Meta precisará dar explicações
A polêmica envolvendo a nova ferramenta de inteligência artificial se estende desde o começo de junho. No último dia 4, a Meta notificou formalmente a União Europeia e o Reino Unido sobre a mudança em sua Política de Privacidade, especificando que os dados dos usuários passariam a ser usados para treinar sua nova ferramenta. A repercussão negativa fez com que a Meta adiasse a mudança das regras na Europa, enquanto, no Brasil, a novidade seguiu em curso.
Diante da mudança da política de privacidade da plataforma no país no dia 16 de junho, o Idec então acionou o governo federal alegando violação da LGPD. A polêmica fez com que a ANPD baixasse a resolução, nesta terça (2), exigindo a suspensão imediata da nova política da Meta no país e explicações da companhia sobre a mudança das regras.
Governo obriga Meta a suspender coleta de dados dos usuários para treinamento de IA no Brasil — Foto: Reprodução/Getty Images
Meta, AI; O que diz a Meta
Em nota, a big tech afirma estar desapontada com a decisão da ANPD e defende que as novas regras não infringem as leis.
Fonte: @Tech Tudo
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