Desde 1986, Livraria Portuguesa & Brasileira – marca cultural brasileira na França. Literatura em português, meu amor. Traduzi, fundi minha livraria, prateleira exclusiva, favoritos. História nossa: intensa relação, franceses buscam, editora vinculada.
Ao retornar a São Paulo, Maria percebeu que carregava consigo um universo inexplorado em sua bagagem. Engenheira de formação, ela havia sido designada para trabalhar em uma livraria em Buenos Aires nos anos 90. Foi lá que se encantou pela diversidade de autores latino-americanos, pouco explorada em sua terra natal.
Com o passar dos anos, Maria decidiu abrir sua própria loja de livros em Lisboa, onde poderia compartilhar sua paixão por literatura com outras pessoas. A biblioteca que montou em seu estabelecimento se tornou um ponto de encontro para amantes de livros de todas as nacionalidades, criando assim um ambiente acolhedor e inspirador para os leitores ávidos por novas descobertas.
Uma Paixão pela Literatura que deu Origem à Minha Livraria
Quando retornei à França, decidi que era hora de trocar a biologia pelos livros. Queria manter minha conexão com a cultura em língua portuguesa, então comecei a trabalhar como tradutor. Foi nesse momento que me encantei com os relatos de viagem em português, como a carta de Pero Vaz de Caminha.
Conversei com editoras portuguesas sobre uma possível colaboração na França, mas não obtive sucesso. Foi assim que decidi fundar minha própria livraria. Em 1986, nasceu a Librairie Portugaise & Brésilienne, em uma pequena sala próxima a locais históricos de Paris, como o Jardin de Luxembourg e o Panthéon.
Atualmente, a livraria está localizada em uma loja em frente à Place de l’Estrapade, onde a fonte de água se tornou famosa após aparecer na série Emily in Paris. Milhares de livros de renomados autores brasileiros, como Graciliano Ramos e Darcy Ribeiro, enfeitam a vitrine e as prateleiras da loja.
Os alicerces desse acervo brasileiro são fruto do amor de Michel por sua esposa, que conheceu no mundo reservado da literatura em língua portuguesa na França. Foi com ela, Ariane Witkowski, que ele mergulhou ainda mais na cultura e nos intelectuais brasileiros.
Professora na Sorbonne, Ariane faleceu em 2003, deixando como legado a paixão brasileira da livraria. Os brasileiros que visitam a livraria adoram comprar traduções para presentear amigos franceses, especialmente os livros de Machado de Assis, como ‘O Alienista’. Outros favoritos incluem Guimarães Rosa, Jorge Amado e Clarice Lispector.
A história da livraria se entrelaça com a profunda relação entre França e Brasil, desde as expedições coloniais até os dias atuais. A busca dos franceses pela cultura brasileira é evidente, desde as viagens de Debret ao Brasil no século XVII até os mandatos de Lula, que despertaram um grande interesse empresarial.
Essa ligação levou Michel a fundar sua própria editora em 1992, a Maison Chandeigne, que já publicou 260 livros, a maioria de autores brasileiros traduzidos para o francês. Entre os clássicos estão antologias poéticas de Drummond e Fernando Pessoa, além de obras mais específicas, como o livro sobre a história do futebol no Brasil, escrito por Michel Raspaud.
Fonte: @ CNN Brasil
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