Conferência do dia termina com anúncio de investimentos e retomada do diálogo internacional com a América Latina e Caribe. Propostas de parceria visam redução das desigualdades e sociedades mais justas.
O primeiro dia do Congresso Regional de Educação Superior (CRES+5) foi marcado pelo debate de temas relevantes para a transformação da educação superior na América Latina e no Caribe.
O evento destacou a importância do investimento em pesquisa e inovação para promover a qualidade do ensino superior e garantir a formação de profissionais qualificados para o mercado de trabalho. A discussão sobre a internacionalização das instituições de ensino foi um dos pontos altos do encontro, ressaltando a necessidade de parcerias internacionais para o avanço da educação superior na região.
Propostas de parceria para educação superior na América Latina e Caribe
O governo brasileiro anunciou o investimento de mais de R$ 120 milhões em dois programas a serem desenvolvidos com países da região, e como tema de fundo, mas não menos importante, a conferência marca a retomada do Brasil como protagonista no diálogo internacional sobre a importância da educação superior, como instrumento de redução das desigualdades regionais, a criação de sociedades mais justas e o fortalecimento da democracia.
O resgate do protagonismo brasileiro, nas discussões do futuro do ensino superior na América Latina e Caribe, foi tema recorrente nos discursos, nas reuniões e na abertura do evento hoje em Brasília.
O lançamento de dois novos programas, destinados a fomentar o ensino superior e a integração com os demais países participantes da conferência, traduziu em ações, esse novo momento do governo brasileiro.
Os investimentos anunciados pelo Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, preveem um valor de R$ 102 milhões, ao longo de oito anos, no grupo Montevidéu (AUGM), que reúne 41 universidades do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e Paraguai, para desenvolvimento de programas de interesse comum.
E por meio do programa Mova La América, serão investidos outros R$ 20 milhões para 500 bolsas de estudos de mestrado e doutorado, voltadas para estudantes que queiram fazer estágios em instituições federais brasileiras.
Santana destacou que o investimento brasileiro em educação superior é uma obrigação e não apenas uma opção, e que o maior avanço no setor, nas últimas duas décadas, começou no governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não tem curso superior.
Apesar de assumir um protagonismo natural nas relações, o governo brasileiro afirma que a liderança das ações é uma responsabilidade compartilhada entre todas as lideranças, locais e regionais.
Na avaliação do diretor de Relações Internacionais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Rui Oppermann, a volta do Brasil ao cenário internacional é especialmente importante no que diz respeito a América Latina e Caribe, países vizinhos e parceiros preferenciais em muitos aspectos, como cultura, história, economia e educação.
‘Nós temos muitas coisas em comum e essa conferência pretende colocar exatamente essa perspectiva de como o Brasil retorna à comunidade latino americana, e como nós podemos retomar todos os projetos de desenvolvimento comuns, que a gente sempre teve com eles, e historicamente, eles estão esperando, inclusive, que a gente faça propostas para continuar essa parceria’.
Diálogo internacional para o fortalecimento da educação superior
Diálogo – À tarde, os integrantes da Conferência se reuniram em Simpósios que discutiram seis eixos temáticos da educação: Educação superior como parte do sistema educacional; diversidade cultural e interculturalidade; internacionalização e integração regional; a educação diante dos desafios sociais; pesquisa científica e tecnológica; e o papel estratégico da educação superior no desenvolvimento sustentável da América Latina e Caribe.
Apesar de temáticas diferentes, os participantes dos grupos de trabalho defendem a certeza de que a educação superior é a principal saída para combater o negacionismo, as desigualdades locais e regionais, e é uma ferramenta fundamental para fomentar o desenvolvimento sustentável, bem como é capaz de evitar uma catástrofe climática.
Na avaliação de Francesc Pedró, diretor da UNESCO – IESALC, ‘é verdadeiramente emocionante confirmar que, após o primeiro dia da conferência, conseguimos confirmar uma vontade compartilhada: forjar um consenso sobre as prioridades para os próximos cinco anos, que permitirá avançar em direção ao objetivo comum de um ensino superior de qualidade, inclusivo e com equidade para todas as pessoas.
Expansão da educação superior na América Latina e Caribe
Programação – Nesta quinta-feira, 14 de março, a CRES+5 reabre com a conferência da Professora Nilma Lino Gomes, ex-ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Na sequência, ocorrem os simpósios de outras oito comissões de eixos temáticos. Encerrando a programação do dia, acontece a mesa redonda com os coordenadores dos simpósios do segundo dia da Cres+5.
Assessoria de Comunicação Social do MEC
Fonte: © MEC GOV.br
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