Atleta argelina é pessoa intersexual, competindo na categoria feminina desde 2018, sem se declarar publicamente transgênero.
Recentemente, surgiu uma polêmica nas redes sociais envolvendo a boxeadora argelina Imane Khelif, que teria supostamente alterado seu gênero para competir na categoria feminina nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Essa informação é #FALSA. Desde a última quinta-feira (1°), a atleta de 25 anos tem sido alvo de fake news, após derrotar a italiana Angela Carini — que desistiu do confronto após 46 segundos de luta.
A história de Imane Khelif, a talentosa boxeadora argelina, é marcada por sua dedicação e habilidade no esporte. As conquistas da atleta nos ringues são fruto de muito treino e determinação. É importante desmascarar os boatos infundados que tentam manchar a reputação de Imane, uma esportista de sucesso.
Imane Khelif: A Boxeadora Argelina que Enfrentou Falsas Informações
Carini assegurou que a decisão de abandonar a competição foi motivada por dores intensas no nariz, e não por um suposto boicote à sua rival. O senador Sergio Moro (União Brasil) foi um dos indivíduos que disseminaram informações falsas no X. Ele afirmou que é crucial garantir uma competição justa para as mulheres, sem discriminação com base na orientação sexual. O político reconheceu o equívoco horas mais tarde.
Imane Khelif, a boxeadora argelina e embaixadora da Unicef, deu início à sua jornada no boxe em 2018, aos 19 anos, competindo sempre na categoria feminina. Ao contrário das informações enganosas compartilhadas nas redes sociais, Khelif nunca se identificou publicamente como uma mulher transgênero. Na verdade, ela é uma pessoa com uma variação intersexual.
Nascida com órgãos genitais femininos, Khelif possui cromossomos sexuais XY e níveis de testosterona compatíveis com o sexo masculino. Apesar disso, ela se identifica como mulher. A distinção entre intersexo e transgênero é fundamental para compreender a condição da boxeadora que compete nas Olimpíadas.
Os regulamentos de elegibilidade e entrada para os Jogos Olímpicos Paris 2024 são rigorosamente seguidos pelos atletas participantes. O Comitê Olímpico Internacional (COI) garantiu que todos os competidores respeitam as normas estabelecidas, incluindo os regulamentos médicos pertinentes.
A Associação Internacional de Boxe (IBA) desclassificou Khelif em março de 2023, antes da disputa pela medalha de ouro no Campeonato Mundial Feminino de Boxe, após um exame de testosterona. A decisão foi baseada em alegações de vantagens competitivas, mas não especificou as razões exatas da desqualificação.
A presença de testosterona elevada e cromossomos XY não indicam uma mudança de sexo, mas sim a condição intersexual de Khelif. O COI criticou a decisão da IBA, considerando-a abrupta e arbitrária, e enfatizou a importância de seguir procedimentos adequados. A defesa dos direitos de Khelif como competidora justa e qualificada foi respaldada pelo Comitê Olímpico da Argélia.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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