Saldo do Dia: Pregão chocho na bolsa brasileira, céticos investidores em promessas do Planalto e termos bolsa, ambiente, contratos, futuros, papel, empresas, fiscal.
A segunda-feira do dia 25 de novembro de 2024 ficou marcada como um dia de pouca emoção no Ibovespa, uma das principais referências dos mercados acionários brasileiros. Embora a expectativa do anúncio governamental mais importante do trimestre não foi suficiente para movimentar os preços.
Diante desse cenário, os investidores pareceram ter optado por uma postura de cautela, o que se refletiu na estabilidade do Ibovespa. Mais do que isso, essa cautela se manifestou como uma decisão de não movimentar a carteira em busca de lucro, e sim preferir esperar os próximos passos. E, entretanto, o que muitos esperavam não aconteceu. O Ibovespa manteve-se firme, sem muitos avanços ou recuos significativos. No entanto, este não foi o único fato marcante do dia. Outro ponto que também chamou a atenção foi o papel das capitais no cenário financeiro. A Bolsa de Valores de São Paulo, por sua vez, também foi palco de eventos significativos, mas sem um impacto direto na bolsa.
O Ibovespa e o paradoxo da estabilidade em meio ao turbilhão de mercado
O desafio de qualquer investidor ao chegar no país hoje ou ao examinar o gráfico do Ibovespa é explicar sua persistência em uma estabilidade quase inabalável. O índice parece suspender sua respiração, e o baixo volume de negociação transformou-o em um espectador indiferente. Felipe Sant’Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk, questiona: ‘Deveria ser assim? O Ibovespa, uma constante em um mundo em constante mutação?’.
O Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,07%, nos 129.036 pontos, um movimento quase imperceptível em sua trajetória. No entanto, o foco do ambiente microeconômico no Ibovespa foi dominado pela guerra entre a rede Carrefour e os frigoríficos brasileiros. A declaração do CEO global da varejista, Alexandre Bompard, de que as lojas da França deixariam de vender carnes de países do Mercosul, desencadeou um conflito diplomático entre os dois países. Os produtores de proteína brasileiros responderam com a suspensão da distribuição de carnes às lojas da rede no Brasil.
Mesmo sob risco de desabastecimento, as ações do Carrefour Brasil foram influenciadas pelo ambiente macroeconômico, registrando perda de 0,34% nos negócios da bolsa de Paris. No entanto, o alívio nas taxas dos contratos futuros de juros de longo prazo trouxe otimismo para os papéis de empresas cíclicas domésticas, que fecharam majoritariamente em alta. Os papéis dos frigoríficos brasileiros tiveram reações mistas.
Uma cética percepção sobre o pacote de corte de gastos do governo
A promessa do governo de reforçar o compromisso fiscal até o fim do mandato não parece ter sido suficiente para convencer os investidores. O chefe de investimentos da Empiricus, Felipe Miranda, questiona: ‘O mercado está ‘trucando’ as falas do governo? Quer dizer, não importa mais o que o ministro fala. A cada atraso do anúncio [do pacote], investidores ‘batem’ um pouco mais nos juros’. A reunião sobre o pacote com Lula encerrou-se sem previsão para o anúncio, mas a expectativa de que ele deve ser feito amanhã trouxe alívio nas taxas dos contratos de juros no longo prazo.
A dificuldade do governo em conseguir acordos de cortes com as pastas está mostrando uma falta de compromisso em sua abordagem fiscal. O Ibovespa, por sua vez, permanece em uma zona de conforto, refletindo a incerteza que permeia o mercado. O que o futuro reserva para o índice? Só o tempo dirá, mas um aspecto é certo: a estabilidade do Ibovespa é um paradoxo que não deixa de ser intrigante.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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