Média de prejuízo é de R$ 2.100. Perdas na classe AB são de R$ 6.300.
Em média, idosos que caem em golpes envolvendo o Pix perdem mais do que o dobro do que a média de perda para os usuários em geral. Além disso, os golpes no Pix tendem a ter um impacto mais profundo nas finanças dos idosos, que muitas vezes têm menos recursos disponíveis para recuperar do prejuízo.
Dados do Banco Central indicam que os idosos representam, historicamente, a menor parcela de usuários do pix desde a sua criação em 2020. No entanto, essa faixa etária é o que mais sofre com os golpes envolvendo o sistema de pagamento instantâneo, tendo em vista o maior prejuízo financeiro que eles provocam. É consenso de especialistas que a falta de conhecimento sobre o funcionamento do Pix e a dificuldade em identificar golpes são os principais motivos pelos quais os idosos são mais vulneráveis a esses tipos de fraudes. Os golpes no Pix são uma realidade preocupante e ressaltam a necessidade de adoção de medidas de segurança eficazes.
Golpes Digitais: O Prejuízo É Maior para Idosos
De acordo com um levantamento conduzido pela Silverguard, a média de prejuízo de uma vítima com mais de 60 anos é de R$ 4.200, quatro vezes maior do que o de um jovem de 18 a 24 anos, e 16 vezes maior que o de uma vítima com menos de 18 anos. Esses dados fazem parte de uma análise de cinco mil denúncias de vítimas na Central SOS Golpe – plataforma de antifraude –, considerando o período de janeiro a junho de 2024, com dados do Banco Central obtidos com a Lei de Acesso à Informação. As outras faixas etárias apresentam as seguintes médias de prejuízo: menos de 18 anos: R$ 270; 18 a 24 anos: R$ 1.046; 25 a 29 anos: R$ 2.165; 30 a 39 anos: R$ 2.530; 40 a 49 anos: R$ 2.885; 50 a 59 anos: R$ 2.400. Em média, a perda para as vítimas é de R$ 2.100.
Prejuízos por Faixa Etária
Entre as vítimas, a classe AB apresenta as maiores perdas: R$ 6.300. A classe C perde R$ 3.500, e a classe DE, R$ 1.500. Entre as vítimas com mais de 60 anos, a maior incidência de golpe é de impostor pedindo dinheiro emprestado e/ou ajuda (48%); compra de um produto ou serviço de uma loja/perfil falso (18%); e golpe da falsa central de atendimento do banco (7%). O WhatsApp foi o canal inicial de 69% das vítimas com 60 ou mais anos. Entre as vítimas de 50 a 59 anos, são a compra de um produto ou serviço de uma loja/perfil falso (35%); impostor pedindo dinheiro emprestado e/ou ajuda (27%); e golpe da falsa central de atendimento do banco (8%).
Desafios para Idosos
Para as vítimas mais velhas, o desafio de perder dinheiro em um golpe pode ser ainda maior, pois muitos têm uma renda fixa limitada, comprometida com outros gastos, e também há o trauma emocional de ter caído em um golpe onde, na maioria das vezes, o fraudador se passava por um familiar pedindo dinheiro emprestado, afirma Marcia Netto, fundadora da Silverguard.
Golpes com Pix
Entre todos os golpes com pix analisados para a pesquisa da Silverguard, 97% são do tipo APP (authorised push payment fraud), em que o próprio usuário, iludido por uma história muito convincente, acaba transferindo dinheiro diretamente para o fraudador, ou seja, vítima de um golpe de engenharia social. A empresa responsável pelos dados foi criada depois que o pai da fundadora entrou para a estatística. Em 2022, ele perdeu R$ 15 mil e relata ter tido dificuldades para tentar recuperar, sem sucesso, o dinheiro perdido.
Corporativização do Golpe Financeiro Digital
O Pix não é o vilão, mas ajudou a acelerar o crescimento dos golpes digitais no Brasil. Para aplicar golpes, criminosos dependem de uma rede de serviços: registram URLs, contratam hospedagem de sites, anunciam nas redes sociais, utilizam operadoras de telefonia, compram links patrocinados e, também, abrem contas falsas ou laranjas em Instituições Financeiras. Equipado com novas ferramentas, o golpista 2.0 está entranhado em uma estrutura de corporativização do golpe financeiro digital, sustenta a especialista.
Golpe com Pix e Boletos
Uma pesquisa recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que os brasileiros perderam R$ 25,5 bilhões em golpes com pix e boletos, e a tendência é que o prejuízo continue a aumentar. É fundamental estar atento às tentativas de golpe e tomar medidas para proteger-se, como verificar a autenticidade de links e URLs, não fornecer informações pessoais e não clicar em links suspeitos. Além disso, é importante estar ciente das fraudes mais comuns, como o golpe do impostor, e não se deixar enganar por histórias convincentes.
Prevenção é a Melhor Saída
Para evitar se tornar uma vítima de golpe, é fundamental estar atento e tomar medidas de segurança. Isso inclui verificar a autenticidade de links e URLs, não fornecer informações pessoais, não clicar em links suspeitos e estar ciente das fraudes mais comuns. Além disso, é importante estar atualizado sobre as últimas notícias e alertas de golpe para evitar cair em armadilhas. Com a ajuda de ferramentas de segurança e conscientização, é possível reduzir o risco de golpe e proteger seu dinheiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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