Atacadistas não preveem desabastecimento no estado; plano de contingência em proporções históricas, pontos de distribuição e áreas logísticas próximas.
Publicidade Logo após as enchentes de grandes dimensões que afetaram a cidade de Porto Alegre há quinze dias, Rubens Batista Jr., CEO do grupo atacadista Martins, instruiu os colaboradores a desenvolver um plano de ação para intervir no estado, onde a companhia mantém duas centrais de distribuição – uma em Porto Alegre e outra em Erechim.
Diante da urgência provocada pelas inundações, a equipe do grupo Martins mobilizou-se rapidamente para minimizar os impactos dos alagamentos nos pontos estratégicos de distribuição da empresa. A solidariedade e a eficiência demonstradas nesse momento crítico reforçaram o compromisso da empresa com a comunidade local.
Enchentes no Rio Grande do Sul: Desafios Logísticos e Estratégias de Contingência
Desde então, Batista reúne-se com as equipes das áreas comercial e logística do grupo (são cerca de 15 funcionários nessas funções) para acompanhar de perto a situação no estado e definir as próximas etapas. Com proporções históricas atingidas, as enchentes têm impactado significativamente as operações do Martins. Com regiões ainda submersas e estradas parcialmente destruídas, o abastecimento a pequenos e médios comerciantes se tornou desafiador, com alagamentos dificultando a logística de distribuição.
Mapeamos as áreas atingidas com base nas informações obtidas com instituições ligadas às autoridades e, a partir disso, contatamos os clientes para fazer uma validação se a gente deveria fazer ou não as entregas que estavam planejadas. Em alguns casos, o cliente nem tinha lugar para receber os produtos ou o lugar não existia mais’, relata Batista, ao InfoMoney. O plano de contingência foi acionado para lidar com as áreas mais afetadas pelas enchentes, buscando soluções logísticas viáveis.
Acre vem sendo atingido por fortes chuvas (Foto: Pedro Devani/Secom) A melhora do cenário das chuvas fez com que a empresa reforçasse sua frota na região para atender o aumento da demanda na última semana. O grupo, um dos maiores atacadistas do Brasil, resolveu deslocar parte de sua frota de caminhões localizada em Marília, interior de São Paulo, para o Rio Grande do Sul. Hoje, entre frota própria e agregada, são cerca de 20 caminhões envolvidos na distribuição no estado. A logística de pontos de distribuição está sendo reavaliada para garantir a entrega eficiente dos produtos.
‘A gente não tinha muita frota própria lá, então resolvemos retirar de São Paulo e reforçar no Rio Grande do Sul’, diz o executivo. A preocupação com as áreas comerciais logísticas próximas às regiões afetadas pelas enchentes é evidente, com a necessidade de adaptação do plano de distribuição para atender às demandas emergenciais.
Embora não veja grandes gargalos logísticos para o abastecimento do setor atacadista no estado, Batista enxerga com preocupação a atuação das micro e pequenas empresas na região – elas correspondem por cerca de 90% do volume de vendas do grupo no Rio Grande do Sul. ‘Outra coisa que já estamos fazendo é estudar algumas condições de pagamento especiais para a região, até porque muitos daqueles clientes vão precisar fazer um esforço de reconstrução’, afirma Batista. O desenvolvimento de estratégias de apoio financeiro é fundamental para auxiliar as empresas locais a se recuperarem das inundações.
‘Também estamos trabalhando com algumas indústrias para pensar, em um segundo momento, em fazer um pacote com condições especiais para aqueles que precisam comprar TVs, geladeiras, toda essa parte de eletrônicos.’ A implementação de medidas de suporte comercial é essencial para impulsionar a recuperação das áreas afetadas pelas enchentes, garantindo a continuidade das atividades comerciais.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também demonstrou, recentemente, preocupação com a situação dos comerciantes locais atingidos em cheio pelas enchentes. ‘Entre tantas preocupações que a tragédia traz, está também a situação dos nossos pequenos comerciantes. Aqueles que tinham uma lojinha, um pequeno armazém, um bazar, que perderam tudo…’, afirmou ele no dia 15 de maio, em pronunciamento no qual se desculpava por relacionar as doações ao estado com o impacto ao comércio local em entrevista concedida um dia antes. O apoio do governo é fundamental para a recuperação das áreas comerciais afetadas pelas enchentes, com a implementação de medidas de suporte e reconstrução.
Passado o momento mais crítico da crise no estado, a Associação Gaúcha de Supermercados, a Agas, diz não se preocupar. Ações de solidariedade e apoio mútuo são essenciais para superar os desafios decorrentes das enchentes, com a união de esforços para reconstruir as áreas atingidas e garantir a retomada das atividades comerciais de forma sustentável.
Fonte: @ Info Money
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