Duas equipes estudam WASP-107b, o “peludo” exoplaneta quente, usando novos dados do James Webb. Porque sua órbita excêntrica causa aquecimento interno e química atmosférica semelhante a Netuno, em gigantes gásosos? Análises de maré, aquecimento e estrutura interna podem revelar respostas.
Dois estudos divulgados recentemente na revista Nature revelam os segredos de WASP-107b, um exoplaneta que desperta a curiosidade dos astrônomos desde sua detecção em 2018, no âmbito do projeto Wide Angle Search for Planets (WASP).
Esse mundo gasoso extrassolar, conhecido como WASP-107b, tem características únicas que intrigam os cientistas. Sua atmosfera, composta principalmente por hidrogênio e hélio, desafia as teorias convencionais sobre a formação de planetas. Além disso, a proximidade de WASP-107b com sua estrela hospedeira levanta questões sobre sua evolução e composição. Esse exoplaneta fascinante continua a surpreender a comunidade científica com sua natureza intrigante.
Explorando o misterioso exoplaneta WASP-107b
De acordo com as observações astronômicas, o WASP-107b é um mundo gasoso semelhante a Netuno, um planeta extrassolar quente que lembra os gigantes gasosos do nosso Sistema Solar, mas que orbita de forma excêntrica em torno de sua estrela. A intrigante questão sobre o WASP-107b é compreender como um exoplaneta com características tão singulares pode existir.
Os pesquisadores, com o auxílio do Telescópio Espacial James Webb e do Telescópio Espacial Hubble, revelaram uma descoberta surpreendente: a presença extremamente baixa de metano na atmosfera do planeta. Essa ausência de gás sugere que o interior do exoplaneta é mais quente do que se imaginava anteriormente, com um núcleo significativamente massivo.
Uma das principais questões levantadas é como um planeta como o WASP-107b, com um volume comparável a três quartos de Júpiter, possui apenas uma fração da massa do gigante gasoso do nosso Sistema Solar. Esse enigma desafia os cientistas a entender como um núcleo tão pequeno pode absorver uma quantidade tão grande de gás, impedindo-o de se transformar em um planeta semelhante a Júpiter.
Ao combinar dados das observações infravermelhas do JWST e do Hubble, os pesquisadores conseguiram analisar a composição atmosférica do WASP-107b, identificando moléculas como vapor d’água, metano, dióxido de carbono, monóxido de carbono, dióxido de enxofre e amônia. Essas descobertas indicam que o aquecimento interno do exoplaneta é impulsionado principalmente pelo calor gerado pela maré de sua órbita excêntrica, afetando a química atmosférica e a estrutura interna do planeta.
O estudo dessas propriedades únicas do WASP-107b representa um marco na compreensão dos exoplanetas, oferecendo insights valiosos sobre esses mundos distantes. Enquanto uma equipe de pesquisadores se concentra no núcleo massivo e no calor interno do exoplaneta, outra investiga o esgotamento de metano na atmosfera e o núcleo superdimensionado que confere ao WASP-107b uma semelhança peculiar com algodão-doce.
Embora pareça desafiador investigar o interior de um planeta localizado a centenas de anos-luz de distância, os cientistas argumentam que, com os dados certos, é possível obter uma compreensão mais profunda sobre a composição e as características desses mundos distantes. A exploração do WASP-107b abre novas perspectivas para o estudo dos exoplanetas e nos permite vislumbrar os mistérios que se escondem além do nosso Sistema Solar.
Fonte: @Tech Mundo
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