Policiais réus Kléber e William são julgados pelo Tribunal do Júri de Sergipe por crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado.
Na comarca de Umbaúba, interior de Sergipe, três ex-policiais rodoviários federais estão prestes a serem julgados pelo tribunal do júri. Eles são acusados de terem matado asfixiado o motociclista Genivaldo de Jesus Santos em 2022. O caso envolveu uma abordagem policial que deu errado e terminou em tragédia.
A Justiça Federal de Sergipe prepara-se para o julgamento histórico, que será o primeiro da comarca em 21 anos. O processo envolve a morte do motociclista Genivaldo de Jesus Santos, que foi parado durante uma abordagem policial por não usar capacete. O caso foi mais um exemplo de brutalidade policial na época e gerou uma grande repercussão na sociedade. O tribunal do júri será composto por juiz, procuradores do Ministério Público, policiais e outros integrantes de instituições, que irão analisar as provas apresentadas pelos advogados das partes. A decisão dos jurados será final e irrevogável. O Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Nacional do Ministério Público também estarão monitorando o julgamento. Além disso, o Observatório de Causas de Grande Repercussão da Corte Federal também está acompanhando a situação.
Genivaldo: Ex-policiais serão julgados por tortura e homicídio triplamente qualificado
Serão julgados os réus Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado, na pessoa de Genivaldo Santos. O julgamento começa às 8h, no Fórum Estadual da Comarca de Estância, e a previsão é de que dure sete dias corridos. A sessão será presidida pelo juiz federal Rafael Souza Soares, da 7a. Vara Federal em Sergipe, o que torna o caso ainda mais complexo, com a participação de cinco procuradores da República, três deles de um grupo especial de apoio ao Tribunal do Júri, da instituição nacional do Ministério Público, convocado para atuar em casos de alta complexidade, como o da morte de Genivaldo.
O processo do caso Genivaldo Santos foi incluído no Observatório de Causas de Grande Repercussão, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Conselho Nacional do Ministério Público, que acompanha situações concretas de grande impacto e elevada repercussão ambiental, econômica e social, como os desastres com barragens em Mariana e Brumadinho (MG) e o incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (RS).
Após a morte de Genivaldo, a família informou que ele sofria de transtornos mentais e já havia sido diagnosticado com esquizofrenia. A abordagem dos policiais rodoviários foi filmada por pessoas que tentaram intervir em favor do motociclista. O caso levou a Justiça Federal a determinar a volta do ensino de Direitos Humanos nos cursos de formação e reciclagem da PRF, o que mostrou a importância da educação para evitar futuros desastres como o que aconteceu com Genivaldo.
Em outubro deste ano, a União foi condenada a pagar R$ 1 milhão de indenização por danos morais a familiares de Genivaldo. O dinheiro será dividido entre os irmãos e o sobrinho dele, que presenciou a ação da PRF. A mãe de Genivaldo e o filho dele já haviam conseguido indenizações em processos que tramitaram separadamente.
Os réus se declararam inocentes e disseram ter usado os meios disponíveis para conter a forte resistência de Genivaldo à abordagem. O julgamento será presidido pelo juiz federal Rafael Souza Soares, da 7a. Vara Federal em Sergipe, e a sessão será realizada no Fórum Estadual da Comarca de Estância.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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