Mercado nacional alimentos suplementares atingiu R$ 4,3 bilhões em 2023. Busca saudável: consumo, famílias. Produção nacional. Denúncias falsificações: Anvisa, SNVS, RDC. Irregularidades: apuração preventiva, documentos, Anvisa nº 243/2018, medidas sanitárias, investigações. Recall: composição inadequada, falhas no registro, produto.
A procura por uma alimentação saudável é uma tendência crescente no Brasil. Além de se alimentar de forma equilibrada e praticar exercícios físicos, muitas pessoas têm recorrido a falsificações em suplementos alimentares para complementar sua dieta. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), esses produtos têm se tornado cada vez mais populares no país, sendo consumidos por uma parcela significativa da população.
No entanto, é preciso ter atenção redobrada ao adquirir suplementos falsificados. Muitos destes produtos podem ser contrabandeados ou vendidos através de anúncios irregulares, o que representa um risco à saúde dos consumidores. Por isso, antes de comprar qualquer tipo de suplemento, é fundamental verificar a procedência e a qualidade do produto, garantindo assim a segurança e eficácia do que se consome.
Falsificações em suplementos alimentares: impactos e desafios em meio ao aumento do consumo
Com o crescimento exponencial do consumo de suplementos alimentares, o mercado nacional atingiu a marca de R$ 4,3 bilhões em 2023, e a projeção é que alcance o patamar de R$ 9,5 bilhões até 2028, conforme dados da Euromonitor. O Brasil já figura como o terceiro maior mercado global nesse segmento, ficando atrás somente de Austrália e Estados Unidos. De forma mais abrangente, estima-se que o setor ultrapasse a impressionante cifra de US$ 252 bilhões (R$ 1,25 trilhão) em 2025.
A busca por saudabilidade e o interesse crescente das famílias brasileiras em adotar suplementos alimentares têm sido um dos principais impulsionadores desse mercado em ascensão. No entanto, esse cenário favorável também tem atraído a atenção de criminosos que se aproveitam da demanda para lucrar com falsificações e produtos contrabandeados.
Em 2023, a Associação de Combate à Falsificação registrou um alarmante aumento nas denúncias relacionadas à fabricação ou distribuição de suplementos falsificados ou contrabandeados, totalizando 78 casos. Esse número representou praticamente o dobro das denúncias feitas no ano anterior, que totalizaram 40 casos. Além disso, mais de 50 mil anúncios irregulares foram retirados das redes sociais até janeiro de 2024, numa ação conjunta da sociedade e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Anvisa, por sua vez, tem adotado medidas preventivas para combater as suplementos falsificados, inclusive por meio de tecnologias como a Inteligência Artificial. O projeto-piloto de monitoramento do comércio eletrônico de produtos sob vigilância sanitária resultou na exclusão de mais de 55 mil anúncios com irregularidades detectadas. No mesmo ano, foram contabilizadas 64 ocorrências de recall de alimentos, sendo 24 delas relacionadas a suplementos, com problemas que variaram desde falhas na composição nutricional até falhas no registro dos produtos.
As irregularidades detectadas nas falsificações de suplementos representam um sério problema para a segurança e a saúde dos consumidores. Bruno Busquet, presidente da Brasnutri, ressalta a importância de uma maior rigorosidade por parte dos marketplaces na verificação da documentação exigida pela Anvisa, a fim de dificultar a atuação dos falsificadores.
Diante desse cenário desafiador, as autoridades brasileiras têm se mobilizado em uma força-tarefa envolvendo órgãos governamentais, indústria e associações privadas para conter a disseminação de suplementos falsificados. A Anvisa, como coordenadora do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), desempenha papel fundamental na regulamentação desse mercado desde a criação da categoria de suplemento alimentar em 2018, por meio da RDC Anvisa nº 243/2018.
As medidas sanitárias adotadas pela Anvisa variam de acordo com o grau de risco das irregularidades identificadas, podendo incluir desde a retirada do produto do mercado até multas e cancelamento do registro. Em casos mais graves, a agência pode aplicar penalidades mais severas, de acordo com a legislação vigente.
Nesse contexto, a prevenção, fiscalização e punição de práticas irregulares na fabricação e distribuição de suplementos alimentares se tornam essenciais para proteger a saúde e a segurança dos consumidores, garantindo a qualidade e a eficácia dos produtos disponíveis no mercado. É fundamental que todos os envolvidos no setor atuem de forma responsável e transparente, a fim de assegurar a integridade e a confiança dos consumidores em relação aos suplementos que consomem.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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