“Ansiedade climática: angústias relacionadas a alterações recentes e traumáticas do meio ambiente, como enchentes, sobre climática e meio ambiente.”
Frente aos desastres naturais, como os incêndios florestais que assolaram vastas áreas na Califórnia e as tempestades que causaram estragos no Caribe, surge uma nova expressão para descrever as preocupações ligadas ao planeta: a ecoansiedade.
Em meio à crescente conscientização sobre a crise ambiental, muitas pessoas estão enfrentando níveis elevados de ansiedade climática, impactando sua saúde mental e bem-estar. É essencial buscar formas de lidar com essas emoções e encontrar maneiras de contribuir para a preservação do meio ambiente, promovendo ações sustentáveis e positivas para o planeta.
O que é ecoansiedade?
Também conhecida como ‘ansiedade climática‘, a ecoansiedade é um termo relativamente novo que surgiu devido ao aumento da frequência de catástrofes ambientais. Marcos Gebara, especialista em psiquiatria clínica e presidente da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro, destaca que esse termo é utilizado para descrever as angústias relacionadas às recentes alterações climáticas. Ele enfatiza que, com as enchentes volumosas e desastres climáticos cada vez mais intensos, as pessoas estão ficando traumatizadas e com razão.
Impacto da ecoansiedade
De acordo com um estudo publicado em 2021 na revista científica The Lancet Planet Health, mais de 10 mil crianças e jovens de dez países, incluindo o Brasil, demonstraram preocupações significativas com as mudanças climáticas. Cerca de 59% dos entrevistados revelaram estar muito ou extremamente preocupados com as alterações climáticas, enquanto 89% expressaram pelo menos uma preocupação moderada. Sentimentos como tristeza, ansiedade, raiva, impotência e culpa foram comuns entre mais de 50% dos participantes, afetando negativamente a vida diária de mais de 45% deles.
Desafios e necessidades
Os resultados do estudo ressaltam a urgência de mais pesquisas sobre o impacto emocional das alterações climáticas nas gerações mais jovens. Os autores destacam a importância de os governos reconhecerem e abordarem a angústia desses jovens, tomando medidas eficazes para lidar com as mudanças climáticas. A ecoansiedade, portanto, não é apenas uma preocupação individual, mas uma questão que requer atenção global e ação imediata.
Ansiedade climática e influências externas
Para Marcos Gebara, a ansiedade climática pode ser intensificada pela exposição excessiva a notícias e informações nas redes sociais. O constante bombardeio de eventos climáticos adversos pode agravar os sentimentos de ansiedade e medo, não apenas para aqueles diretamente afetados, mas também para quem acompanha de longe. Miriam Alves, presidente do CRPRS, destaca a importância de abordar essas questões, reconhecendo o impacto das redes sociais e do noticiário na ecoansiedade e na saúde mental como um todo.
Fonte: © CNN Brasil
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