Real teve pior desempenho global do dia devido a fala conservadora do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e incertezas na pauta econômica do governo.
O dólar fechou o dia em alta, refletindo a instabilidade no mercado financeiro brasileiro. A percepção de risco no Brasil voltou a preocupar os investidores, levando a uma valorização da moeda estrangeira em relação ao real. Mesmo com o cenário global apresentando sinais de melhora, o dólar manteve sua trajetória de alta no país.
Essa movimentação do dólar impactou diretamente a performance do real, que teve o pior desempenho do dia entre as 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor. A moeda americana se fortaleceu no mercado brasileiro, evidenciando a cautela dos investidores diante da volatilidade econômica. A semana encerrou com a valorização do dólar, destacando a influência da conjuntura nacional e internacional nos mercados cambiais.
Percepção de risco impulsiona o dólar americano
Após o término das negociações desta sexta-feira, a moeda americana registrou um aumento de 0,27%, sendo cotada a R$ 5,1674, após atingir o valor mínimo de R$ 5,1305 e se aproximando do máximo de R$ 5,1764. Ao longo da semana, o dólar apresentou uma valorização de 1,28%.
Os operadores destacaram a postura mais cautelosa do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em eventos recentes, além das incertezas em torno da agenda econômica do governo e das projeções de inflação, como fatores de preocupação. Embora haja um aumento na arrecadação por parte do governo, persistem dúvidas no mercado sobre as estratégias para reduzir despesas visando o equilíbrio fiscal.
No contexto global, a percepção de risco teve um impacto significativo. A semana teve início com os investidores divididos entre a possibilidade de um ou dois cortes na taxa de juros nos Estados Unidos. No entanto, com a divulgação da ata do Federal Reserve na quarta-feira, o mercado passou a considerar a hipótese de um único corte ou até mesmo nenhum corte até o final do ano.
Recentes dados divulgados mostraram um expressivo aumento na produção industrial norte-americana, juntamente com uma queda nos pedidos de seguro-desemprego. Esses indicadores reforçam a perspectiva dos investidores de que as taxas de juros não devem sofrer reduções no curto prazo, uma vez que a inflação permanece resistente, conforme análise de Elson Gusmão, diretor de câmbio da corretora Ourominas.
Esse contexto resultou em um aumento na cotação do dólar em países emergentes ao longo da semana, devido à elevação das taxas de juros dos títulos do Tesouro Americano (Treasuries), o que levou a uma migração significativa de capital para os Estados Unidos em busca de segurança e proteção financeira.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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