Benefícios atraem fazendas solares, com pedidos de conexão à rede em alta. Distribuidoras vetam acesso, alegando sobrecarga do sistema, enquanto comercializadoras de energia renovável denunciam uso de empresas do grupo para fornecimento de energia solar.
A indústria de energia no Brasil está em plena disputa, com as comercializadoras e as distribuidoras brigando pelo controle do mercado de geração distribuída, que é avaliado em R$ 140 bilhões. A disputa ganhou escala com uma série de denúncias contra as distribuidoras, acusadas de concorrência desleal.
A questão se tornou mais complexa com o aumento do uso de energia renovável e a necessidade de aprimorar a infraestrutura de eletricidade para atender às demandas do setor. Além disso, o projeto de lei em discussão no Congresso Nacional visa regular o mercado e evitar práticas anti-concorrenciais. A energia é um recurso essencial para o desenvolvimento das empresas e a vida de todos os cidadãos.
Geração Distribuída: O Novo Desafio para o Setor Elétrico Nacional
A disputa pelo controle da geração de energia elétrica no Brasil tomou um rumo conturbado, especialmente após a apresentação do Projeto de Lei 671/2024 na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. O PL, apoiado pelas empresas de energia solar, visa vedar a atividade de micro e minigeração distribuída de energia (MMGD) por distribuidoras ou empresas de um grupo econômico que atua na distribuição. A justificativa para essa medida é a proteção do mercado de energia contra o crescimento desordenado da Geração Distribuída (GD), que ultrapassou 35% no ano em curso, impulsionado por subsídios generosos para as fontes renováveis, com destaque para a energia solar.
Um Problema Complexo no Setor Elétrico Nacional
O crescimento da GD está distorcendo o mercado de energia e levando ao limite a capacidade do sistema de atender a demanda do consumidor comum, que recebe energia das distribuidoras. A GD ajudou a transformar a energia solar num grande negócio, permitindo a geração de energia elétrica no local ou próximo ao ponto de consumo e colocando o excedente no sistema. Concentrada nos painéis fotovoltaicos que captam energia nos telhados, o segmento de geração distribuída deve fechar o ano com cerca de 35 gigawatts (GW) em capacidade instalada, equivalente a mais de duas usinas de Itaipu.
A Emergência do Modelo de Negócio Fazenda Solar
A atual crise é resultado de um desdobramento do boom da energia solar – o surgimento de um modelo de negócio mais sofisticado e lucrativo do que a instalação de painéis fotovoltaicos nos telhados das residências, que já garantia subsídios na conta de luz até 2045. Avaliado em R$ 40 bilhões, atrai empresas que investem numa fazenda solar, com vários painéis fotovoltaicos (com capacidade máxima de 5 MW, suficiente para atender 3 mil residências). A fazenda solar produz energia e vende via aplicativo para um consumidor, que ‘aluga’ um pedaço dessa usina com desconto de 15%, em média, na conta de luz.
Fonte: @ NEO FEED
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