Ex-agentes da PRF Paulo Rodolpho, Kléber Nascimento e William Noia são acusados de tortura e homicídio triplamente qualificado, como policial, em cumprimento de suas funções.
Genivaldo de Jesus Santos, um homem com um nome marcante, foi o centro das atenções em um caso que trouxe a mais uma vez a crise da segurança pública em nosso país. Sua mãe, Maria Vicente de Jesus, se apresentou em um tribunal sergipano, em uma situação emocionalmente carregada. A sessão se realizou sem a presença dos réus, mas com a presença de testemunhas e familiares, que acompanharam o depoimento com grande atenção.
A emoção foi palpável durante os 15 minutos em que Maria Vicente de Jesus se manifestou, trazendo à tona a dor e a justiça que ela busca para o seu filho, Genivaldo. O caso foi um divisor de águas, marcado pela violência exercida pela polícia, que resultou na morte de Genivaldo. A mãe não deixou dúvidas sobre sua determinação em buscar a verdade e a justiça, ser ouvir e não deixar que a injustiça prevalecesse. Enquanto estava diante de tantos olhares, ela não deixou de reivindicar direitos e dignidade para aqueles que perderam alguém nas mãos da violência policial. A busca por justiça, um direito fundamental, não pode ser esquecido.
Tragédia Policial
O caso de Genivaldo, um homem de 38 anos que sofreu uma morte trágica, continua a ser lembrado com dor e raiva. Os ex-agentes da PRF, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia, estão sendo acusados de tortura e homicídio triplamente qualificado.
A defesa de William, realizada pelo advogado Glover Castro, argumenta que não houve intenção de praticar o crime de homicídio. Por outro lado, a defesa de Paulo Rodolpho, representada pelo advogado José Rawlinson Ferraz Filho, reitera a inocência do ex-policial e classifica sua prisão como uma grave injustiça.
A defesa de Kléber Freitas, atuante pelo advogado Carlos Barros, afirma que o julgamento vai esclarecer a verdade e que a atuação de seu cliente esteve plenamente alinhada ao cumprimento de suas funções como policial. A acusação, por sua vez, fez apenas uma pergunta.
A mãe de Genivaldo, Maria Vicente, deu um depoimento emocionante na sala de audiência, relatando como a ausência do filho afeta sua vida diariamente. Ela afirmou que a ausência de Genivaldo é muito dolorosa e a deixou ainda mais doente. ‘Nós morremos junto com Genivaldo depois que ele se foi’, disse.
Maria Vicente também reivindicou justiça, afirmando que não recebeu apoio algum desde a morte do filho. Apenas duas cestas básicas foram enviadas pela prefeitura logo após a morte dele. Ela conta com ajuda de amigos para se deslocar até Estância.
O sobrinho de Genivaldo, Walison de Jesus Santos, também deu um depoimento, relendo a abordagem do primo por ex-agentes da PRF. Ele presenciou a abordagem e afirmou que está difícil ver seu sobrinho desenhar o pai morando no céu.
A morte de Genivaldo aconteceu em 25 de maio de 2022, quando policiais soltaram spray de pimenta e uma bomba de gás lacrimogêneo dentro do porta-malas da viatura em que ele foi colocado após uma abordagem. Ele havia sido parado por trafegar de moto sem capacete e foi imobilizado, atingido com spray nos olhos, jogado ao chão e recebido chutes dos policiais. O caso merece atenção e justiça.
Desdobramentos
Os depoimentos devem seguir até o final do dia, com a expectativa de que nove testemunhas sejam ouvidas nesta quarta. A investigação apontou que Genivaldo ficou 11 minutos dentro da viatura sem ajuda médica. O caso é um exemplo de como a ação policial pode levar a consequências devastadoras.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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