Em julho, seis municípios receberão mosquitos infectados com Wolbachia (estratégia). O método envolve introdução de ovos do mosquito (etapa de engajamento). Comunidade envolvida será pouco afetada, pois mosquitos se adaptam à temperatura (adaptação). Biofábrica produz Wolbachia (tecnologias) para infectar mosquitos. (148 caracteres)
Seis cidades estão programadas para receber em julho as primeiras liberações de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria wolbachia: Uberlândia em Minas Gerais; Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná; Presidente Prudente, em São Paulo; Joinville, em Santa Catarina; e Natal, capital do Brasil. No próximo ano, a tática será implementada em mais 22 municípios de Minas Gerais.
A estratégia de liberação é uma medida inovadora de controle do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, e tem sido vista como um avanço no combate a doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no país. A iniciativa destaca a importância de aprimorar métodos de controle de vetor para proteger a população e manter a saúde pública em alta prioridade no Brasil.
Implementação do Método Wolbachia no Brasil: Estratégia inovadora no combate à dengue
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil está na vanguarda ao adotar o Método Wolbachia como parte de sua política de saúde pública com o intuito de reduzir significativamente os casos de dengue a médio e longo prazo. Esse método revolucionário envolve a inserção da bactéria Wolbachia em ovos do mosquito Aedes aegypti em laboratório, resultando na criação de mosquitos infectados por esse microrganismo.
Ao introduzir a Wolbachia nos mosquitos, eles são incapazes de transmitir os vírus responsáveis pela dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Quando esses mosquitos se reproduzem, passam a bactéria para seus descendentes, resultando em menos insetos capazes de transmitir doenças aos seres humanos.
Engajamento Comunitário: Etapa Fundamental na Implementação do Método Wolbachia
Antes da soltura dos mosquitos infectados, é crucial realizar uma etapa significativa de engajamento comunitário. Inicialmente, a comunidade pode perceber um aumento no número de mosquitos na região, o que pode gerar preocupações. Por isso, a interação com os moradores é essencial para explicar os benefícios e o funcionamento do método Wolbachia.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, ressalta a importância desse engajamento, destacando que a substituição da população de mosquitos é fundamental para o sucesso da estratégia. A não aplicação de inseticidas no local de soltura dos mosquitos é necessária para permitir a disseminação da Wolbachia na população de Aedes aegypti.
Desafios na Implementação da Estratégia Wolbachia no Brasil
Ethel Maciel destaca que alguns critérios precisam ser considerados para que os municípios brasileiros possam adotar essa estratégia com sucesso. Dentre esses critérios, a baixa variação de temperatura ao longo do dia é essencial, visto que variações extremas podem prejudicar a adaptação dos mosquitos infectados com a Wolbachia.
A secretária reforça que a eficácia do método Wolbachia tem sido comprovada, citando o exemplo da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Desde a implementação do projeto de pesquisa em 2014, a cidade registrou uma redução expressiva de 69,4% nos casos de dengue, 56,3% nos de chikungunya e 37% nos de zika. Esses resultados promissores demonstram o potencial do método a longo prazo.
Expansão do Método Wolbachia no Brasil e Parcerias Internacionais
Além de Niterói, outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Campo Grande e Petrolina, em Pernambuco, estão adotando o Método Wolbachia como parte de suas estratégias de controle de doenças transmitidas por mosquitos. Essa iniciativa não se restringe ao Brasil, com países como Indonésia participando ativamente da pesquisa em parceria com o World Mosquito Program.
Recentemente, o Ministério da Saúde e o governo de Minas Gerais inauguraram a Biofábrica Wolbachia em Belo Horizonte. Sob a gestão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), essa unidade irá impulsionar a produção de tecnologias essenciais para o combate à dengue e outras arboviroses, marcando um avanço significativo na luta contra essas doenças no Brasil.
Fonte: @ Agencia Brasil
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