Brasil busca preencher lacunas para subir no quadro geral em 2028 após bater recordes e consagrar trabalho de detecção de talentos em Centro de Treinamento, Campeonatos Mundiais, Jogos Parapan-Americanos, sob orientação do Comitê Paralímpico Brasileiro.
As Paralimpíadas foram um verdadeiro marco para o Brasil, com a conquista de todos os recordes possíveis. O país alcançou o maior número de medalhas de ouro da história, superando o recorde anterior de 22 medalhas conquistadas em Tóquio, há três anos, e atingindo um total de 25 medalhas de ouro.
Essa conquista histórica coloca o Brasil entre as cinco potências das Paralimpíadas, uma posição que reflete o esforço e a dedicação dos atletas brasileiros nos Jogos Paralímpicos. Além disso, o país também alcançou a melhor posição no quadro geral, superando as expectativas e demonstrando o seu potencial no cenário internacional. A vitória é um orgulho para o país e um incentivo para os atletas continuarem a se esforçar e alcançar novos patamares de sucesso.
Um Novo Patamar para as Paralimpíadas
O Brasil alcançou um marco histórico nas Paralimpíadas de Paris, com um total de 89 pódios, superando as marcas anteriores de 72 medalhas em Tóquio 2021 e Rio 2016. A quinta posição no quadro de medalhas por número de ouros e o quarto país que mais vezes foi ao pódio colocam o Brasil em um patamar inédito. O judô, atletismo e natação foram destaques, enquanto o futebol de cegos teve um desempenho abaixo do esperado.
O caminho para esse sucesso foi bem construído, com a ótima utilização do Centro de Treinamento em São Paulo, um dos melhores do mundo, e a detecção de talentos espalhados pelo Brasil nos centros de referências. Isso permitiu que atletas de todas as regiões conquistassem medalhas, com 18 estados e o Distrito Federal tendo representantes no pódio em Paris.
Outro ponto importante foi a quase igualdade no número de medalhas entre homens e mulheres, com as mulheres conquistando um pouco mais – 13 ouros, 12 pratas e 18 bronzes – contra 12 ouros, 13 pratas e 18 bronzes dos homens. Além disso, foram conquistadas três medalhas em provas mistas.
Um Ciclo de Sucesso
Os resultados durante os três anos de ciclo já deixavam claro que as Paralimpíadas de Paris seriam a melhor da história para o país. Foram centenas de medalhas nos Campeonatos Mundiais das mais diversas modalidades em 2022 e 2023, além de recordes nos Jogos Parapan-Americanos de 2023. O que se viu em Paris foi uma consequência do trabalho de três anos.
No entanto, nem tudo foram flores. Algumas modalidades ficaram abaixo do esperado, como o golbol e o futebol de cegos, que conquistaram apenas um bronze. A bocha ficou fora do pódio pela primeira vez em 20 anos, e o vôlei sentado saiu sem medalha depois de duas edições seguidas com o bronze no feminino.
Mas o desempenho fraco de alguns esportes mostra que há espaço para crescimento. O ciclismo, por exemplo, é a terceira modalidade que mais dá medalhas nas Paralimpíadas, e o Brasil não conquistou nenhuma medalha. Os rivais no quadro se destacam bastante na modalidade, com a Holanda e a França conquistando 10 ouros cada.
Desafios Futuros
Há uma pretensão de o Comitê Paralímpico Brasileiro construir um velódromo no Centro de Treinamento, que fica em São Paulo. O local já abriga locais de praticamente todas as modalidades, mas ainda não tem um espaço para o ciclismo.
Outra questão são os esportes em cadeiras de rodas. O Brasil sequer disputou o basquete em cadeira de rodas e o rugby em cadeira de rodas. No tênis em cadeira de rodas e na esgrima em cadeira de rodas, a delegação não conseguiu medalhas em Paris. No atletismo, em que o Brasil conquistou 36 medalhas, apenas uma delas foi conquistada nas corridas em cadeiras.
O Brasil é uma potência paralímpica consolidada desde 2008, quando entrou no quadro de medalhas. Agora, é hora de olhar para o futuro e trabalhar para superar os desafios e alcançar novos patamares nas Paralimpíadas.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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