Formação de jovens periféricos supera barreiras sociais com habilidades socioemocionais, resolução de problemas, resiliência emocional, adaptabilidade e comunicação efetiva.
Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, é fundamental desenvolver e destacar suas habilidades ao longo da carreira. Isso não se restringe apenas à parte técnica, mas também inclui o desenvolvimento de habilidades socioemocionais para tornar-se um profissional mais bem equipado.
Além disso, ao se darem bem em áreas como resolução de problemas, inovação e comunicação, é possível se destacar ainda mais e chegar a um bom desempenho. Ao trabalhar em equipe, por exemplo, é importante saber lidar com conflitos e resolver problemas de maneira eficaz, demonstrando assim suas habilidades socioemocionais ao máximo. Muitas empresas valorizam essas habilidades, especialmente aquelas que envolvem resolução de problemas, trabalho em equipe e liderança.
Habilidades para o Futuro
Na era contemporânea, as habilidades socioemocionais desempenham um papel crucial na consecução do sucesso profissional. No entanto, para o jovem pobre, morador de regiões periféricas, com poucas oportunidades de educação e que pouco teve contato com uma formação específica em habilidades como resolução de problemas, resiliência emocional, adaptabilidade e comunicação efetiva, a barreira social e a falta de oportunidades tornam-se obstáculos insuperáveis. A faixa etária entre 18 e 24 anos representa 30% dos 7,5 milhões de desempregados no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativos ao segundo trimestre de 2024. No total, são 2,2 milhões de pessoas sem trabalho nessa camada — 6,9% da população brasileira está desempregada.
Uma Chave para o Sucesso
Para mim, a chave mais importante foi aprender como me comunicar melhor, como não ficar nervoso na entrevista, como usar as mãos para passar mais segurança quando falo sobre minhas ideias, afirma o estudante universitário Victor Rodrigheri, de 20 anos, criado em Caçapava, no interior de São Paulo, e hoje morador do Jardim Bonfiglioli, periferia da Zona Oeste paulistana. Rodrigheri fez o ensino fundamental em uma escola pública. Quando terminou o ensino médio — ele tinha bolsa em um colégio particular —, precisava de um emprego para se manter e continuar os estudos. Mas uma barreira o atrapalhava na hora da disputa por uma vaga de trabalho: Eu era uma pessoa muito tímida, e tinha muita dificuldade em me expressar. Então, fazer uma entrevista de emprego, ou falar em público, era uma coisa muito difícil. E isso não é algo que ensinam na escola, diz.
A Formação de Habilidades
Para tentar resolver o problema, o jovem então se inscreveu em um programa de capacitação profissional da Fundação Wadhwani, uma organização sem fins lucrativos criada pelo bilionário indiano-americano Romesh Wadhwani. Depois do curso, Rodrigheri passou em sua primeira entrevista de emprego em uma fábrica. E, no início deste ano, entrou em História na Universidade de São Paulo (USP). Hoje vejo que essas habilidades me ajudam até na universidade, como quando falo com um professor ou na hora de apresentar um trabalho, diz ele, que pretende seguir carreira acadêmica e se tornar professor.
A Importância das Habilidades Socioemocionais
Em atuação no Brasil desde 2020, a Fundação Wadhwani faz parcerias com escolas e entidades de ensino locais para dar cursos de capacitação em soft skills a jovens periféricos de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Soft skills são habilidades de comunicação, resolução de problemas, trabalho em equipe, pensamento crítico e mentalidade empreendedora, resume Thiago Françoso, vice-presidente da fundação no Brasil. O que escutamos dos empregadores é que, muitas vezes, o jovem da periferia chega bem preparado, com curso técnico e outras qualificações, mas tem dificuldades básicas, como escrever um e-mail e se expressar em uma reunião.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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