Países com níveis sustentáveis de nascimentos têm políticas pró-nascimento para enfrentar a taxa de fecundidade abaixo do desejado.
Um novo relatório divulgado por uma renomada revista científica revela que a taxa de fertilidade está em declínio em grande parte do mundo, com apenas seis países projetados para manter níveis sustentáveis de nascimentos até o ano de 2100. Esses países sortudos, como Samoa, Somália e Tonga, são exceções em meio a uma tendência global preocupante.
A preocupação com o número de filhos por mulher é evidente, conforme as projeções mostram que a maioria dos países não estará alcançando a reposição populacional necessária. Com o passar dos anos, será fundamental monitorar de perto a evolução da taxa de fertilidade e o impacto direto no número de filhos por família. A sustentabilidade demográfica é um tema central que requer atenção urgente e ação coordenada em escala global.
Desafios globais em torno da taxa de fertilidade
A pesquisa realizada pela Global Burden of Diseases vem lançando luz sobre a delicada questão da taxa de fertilidade em nível mundial. A taxa de fertilidade considerada aceitável para a reposição populacional é de 2,1 filhos por mulher ao longo da vida. No entanto, em 2021, apenas 46% dos países conseguiram superar essa marca, sobretudo na África Subsaariana.
Em contraste, em 1950, a taxa de fecundidade global era de 4,84, mas ao longo das décadas foi reduzindo progressivamente, atingindo 2,23 em 2021. As projeções futuras indicam uma tendência de queda, chegando a 1,83 filhos em 2050 e 1,59 em 2100, o que resultará em uma diminuição das populações ao redor do mundo.
Influências nas taxas de fertilidade
Diversos fatores têm impacto nas taxas de fertilidade, como mudanças culturais, aumento da escolaridade feminina, maior participação das mulheres nos mercados de trabalho e a implementação de políticas de educação sexual e planejamento familiar. Além disso, o acesso facilitado a métodos contraceptivos contribui para a redução do número de filhos por mulher.
Rafael Moreira, pesquisador do departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz Pernambuco, destaca o declínio gradual das taxas de fecundidade nas últimas décadas. Países europeus e da América do Norte enfrentam desafios significativos nesse contexto, com repercussões econômicas e sociais de longo prazo devido ao envelhecimento populacional e à diminuição da força de trabalho.
Desafios econômicos e sociais futuros
O envelhecimento da população e a redução da força de trabalho são consequências diretas das baixas taxas de fertilidade, especialmente em países com muitos idosos e poucos jovens em idade produtiva. Isso terá impactos significativos nos sistemas previdenciários e exigirá a revisão de políticas de imigração em nações de renda elevada, que precisarão de mão de obra jovem para sustentar seus mercados de trabalho.
No contexto brasileiro, a taxa de fertilidade passou de 5,93 filhos em 1950 para 1,93 em 2021. As projeções indicam uma continuidade nesse declínio, prevendo 1,57 em 2050 e 1,31 em 2100, números abaixo da média global. A implementação bem-sucedida de políticas pró-nascimento será essencial para lidar com as implicações econômicas e sociais decorrentes desse cenário de envelhecimento populacional e escassez de mão de obra jovem.
Fonte: @ Agencia Brasil
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