Nova estratégia: Empresa investe em campanha de marketing ampliada, novo mascote via inteligência artificial e ajuste no mix de produtos para alavancar vendas na Black Friday.
A empresa Americanas está otimista com as projeções de vendas para a próxima Páscoa, esperando um aumento significativo no faturamento em relação ao ano anterior. As estratégias de marketing e promoções estão focadas em impulsionar as vendas durante o feriado.
A campanha de Páscoa da Americanas promete atrair ainda mais consumidores em busca de produtos e descontos especiais. O objetivo é superar as expectativas de vendas e garantir um faturamento expressivo para a empresa neste período do ano.
Desafios Operacionais na Páscoa da Americanas
O sucesso da data representaria um ponto de inflexão nas operações da companhia um ano após a entrada em recuperação judicial. O processo transformou uma das principais datas para a empresa em uma operação complexa tanto do ponto de vista operacional quanto financeiro. A empresa não revela o faturamento esperado, mas projeta vender 11 milhões de ovos de Páscoa, de um total de 160 milhões de itens relacionados à data, como caixas de bombom e barras de chocolate. No ano passado, foram 150 milhões, volume similar ao de 2022, pré-crise.
Estratégias da Campanha de Vendas
A campanha deste ano inclui um retorno das ações de marketing, ainda em escala menor que a de dois anos atrás, e um novo mascote — um coelho gerado por inteligência artificial, a partir de recomendações dos clientes. A autoproclamada ‘maior Páscoa do Brasil’ é uma das principais datas comerciais para a Americanas durante o ano. Em 2023, porém, aconteceu logo após a revelação da fraude contábil e da recuperação judicial da companhia, fatores que abalaram a credibilidade junto aos clientes e secaram o crédito dado pelos fornecedores.
Desafios Logísticos e Financeiros
Para manter o evento de pé, a Americanas teve de pagar produtos à vista, o que foi possível graças ao empréstimo DIP (concedido a empresas em dificuldades) de R$ 2 bilhões feito pelo trio de acionistas de referência, formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Com isso, a despeito dos problemas, o volume de vendas ficou estável na comparação com a Páscoa de 2022.
Reestruturação e Projeções Futuras
O caixa foi pressionado, mas a venda no período trouxe recursos que ajudaram a recompor o estoque das lojas para os meses seguintes. Sam Altman retorna ao conselho de administração da OpenAI, empresa por trás do ChatGPT. As relações com os fornecedores e o fôlego que a operação física mostrou desde então levaram a varejista a fazer a projeção de que voltará a crescer.
Estratégias de Vendas e Mix de Produtos
Nos nove primeiros meses do ano passado, a venda física da Americanas caiu 4,4%, para R$ 9,275 bilhões, bem menos que os 77% de queda no digital, para R$ 4,801 bilhões. ‘O caixa mais robusto nos permitiu voltar para uma estratégia de variedade, e voltar a fazer as compras como a Americanas fazia tradicionalmente’, afirmou ao Broadcast o CEO da Americanas, Leonardo Coelho. Ao longo do ano passado a empresa trabalhou ajustando o mix de produtos ofertados nas lojas.
Nova Aporte e Negociações de Prazo
Hoje são 53 diferentes pacotes de produtos (clusters) diferentes para as diversas operações. Na fase mais aguda da crise do ano passado, o número foi reduzido a cinco para facilitar os desafios logísticos. ‘Agora aumentamos a complexidade, mas ao mesmo tempo conseguimos gerar um perfil mais adequado de produtos em cada uma das lojas’, disse. Na campanha da Páscoa, a estratégia foi importante para desenhar a demanda junto à indústria. Os pagamentos aos fornecedores da Páscoa foram à vista quase na sua totalidade.
Projeções Futuras e Estratégias de Marketing
As negociações para a data iniciaram em abril do ano passado, ainda sob o impacto da recuperação judicial. Com acesso a um novo aporte de R$ 3,5 bilhões, dos R$ 24 bilhões que a companhia receberá a partir da homologação da RJ, é esperado que as negociações de prazo sejam restabelecidas. Nas próximas campanhas de datas comerciais, Coelho aponta que a empresa ‘volta a ser uma varejista normal’, administrando o capital de giro com o prazo dado por fornecedores.
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