No território continental das colônias britânicas, escravos fugitivos buscavam liberdade em assentamentos como Forte Mose, precursor da Ferrovia Subterrânea. Batalha de Bloody Mose reconstituída.
Em fevereiro de 1783, um grupo de negros chegou ao porto de Savannah, na Geórgia, após uma longa jornada de navio vindo da África. Eles foram vendidos como escravos para fazendas locais, onde enfrentaram condições de trabalho árduas e violência.
Essas pessoas anteriormente escravizadas lutaram por sua liberdade e resistiram às injustiças que enfrentavam diariamente. Os africanos escravizados que chegaram a Savannah permaneceram unidos em sua cultura e tradições, mesmo depois de tantas adversidades.
Os desafios enfrentados pelos fugitivos negros
Os viajantes eram fugitivos negros que escaparam da escravidão enquanto viviam em uma plantação de propriedade britânica nas Carolinas, ao norte do país. Após desembarcarem, seguiram para o centro da cidade em busca de liberdade. Eles foram se apresentar diante do governador de Saint Augustine, em um assentamento espanhol que oferecia proteção e liberdade a pessoas anteriormente escravizadas que se convertessem ao catolicismo.
A jornada para a liberdade era permeada de perigos por mar e terra. Navegar por pântanos e águas costeiras cheias de perigos como jacarés, panteras e cobras venenosas era uma tarefa arriscada. Nas cidades, os caçadores de escravizados estavam sempre à espreita. A falta de comida e água tornava a busca pela liberdade ainda mais desafiadora. No entanto, para muitos fugitivos, o desejo de liberdade superava todos os riscos.
A precursão da Ferrovia Subterrânea e o papel dos nativos americanos
Algumas vezes, os nativos americanos Yamassee que habitavam a Geórgia e as Carolinas ajudavam os fugitivos negros, criando uma versão inicial da ‘Ferrovia Subterrânea’. Esses 10 viajantes pioneiros buscaram asilo religioso em Saint Augustine, sem saber que estavam abrindo caminho para uma sociedade mais justa e igualitária. Durante 76 anos, uma comunidade de americanos negros anteriormente escravizados viveu livremente em Saint Augustine, transformando a cidade em um lugar único nos Estados Unidos.
A visão espanhola da escravidão e os direitos dos escravizados
Ao contrário das colônias britânicas que baseavam a escravidão na raça, a Espanha via a escravidão de forma distinta. Seguindo antigas leis romanas, qualquer pessoa poderia ser escravizada, mas os escravizados tinham certos direitos e proteções, como tratamento humano e a possibilidade de reganhar a liberdade. A política e a fé desempenhavam papel crucial na visão espanhola da escravidão, com a proteção dos territórios contra os britânicos sendo um fator determinante.
Em 1693, cercados por perigos vindos do mar e do continente, a construção do Forte Mose proporcionou aos negros livres em Saint Augustine um lugar para viver e defender sua liberdade. Liderados por Francisco Menéndez, homens livres exploravam a região, protegendo o território dos britânicos. O Forte Mose tornou-se um símbolo de resistência e liberdade para os negros livres.
O impacto do fim da escravidão e o movimento pelos direitos civis
Após a Guerra Civil Americana, negros Saint Augustine formaram uma comunidade livre, que mais tarde se tornou Lincolnville. O bairro tornou-se um farol de liberdade, listado como local histórico. Os residentes desempenharam um papel fundamental no movimento pelos direitos civis, desafiando a segregação e contribuindo para a aprovação da Lei dos Direitos Civis. Hoje, Saint Augustine preserva sua história de liberdade e resistência, destacando a importância da luta pelos direitos civis.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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